A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, trafico trabalho infantil transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.
Segundo a ONU, o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo. Desse valor, 85% provêm da exploração sexual. E é essa a preocupação da capixaba Carolina Schroeder Amorim. Ela ficou sem dar notícia aos familiares e amigos desde setembro. Sendo que, após publicações no Espírito Santo, no último em 15 de novembro ela ligou para a mãe e desligou em chamada que não durou cinco minutos.
Segundo a prima de Carolina, Mariana Amorim, quando falou com a mãe, a capixaba falava de telefone público, com a voz arrastada e sem esclarecer como chegou a Londres e os motivos para ter ficado tanto tempo desaparecida. “Ela disse que sofreu acidente, mas não explicou como foi. Disse que o celular quebrou, que tinha ficado dois dias em coma, pediu os contatos de duas amigas e desligou. Tememos o tráfico humano e a exploração sexual”, relatou Mariana.
Segundo ela, os consulados do Brasil em Portugal, França e Inglaterra foram informados da situação. Somente em 2023 Carolina, que trabalhava como bartender na Grande Vitória, viajava para países da Europa.
“O que nos faz temer que ela esteja sendo, de alguma maneira, aprisionada e ameaçada, são os relatos dos amigos mais próximos. A Carol não tinha muito contato com a família e a preocupação dos amigos levou que eles nos procurassem. Fomos alertados pelo amigos dela que a receberia, em outubro, em Portugal. As últimas conversas ela fala coisas a respeito de um homem, de esperar para que ele pagaria a passagem e local para dormir. Depois do dia 15, ela voltou a não dar qualquer sinal”, acrescentou a prima.
