A pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao Governo do Espírito Santo foi recebido no mercado político como um recado ao governador Renato Casagrande (PSB), que deverá concorrer à reeleição, após encontro com o, então, presidenciável Sergio Moro.
O ex-juiz, responsável pela condenação do ex-presidente Lula, na Operação Lava Jato, esteve no Espírito Santo em evento partidário – ele era filiado ao Podemos -, e foi recebido em agenda na residência Oficial do Governo do ES, em Vila Velha, por Casagrande. Gesto que foi recebido como afronta pelos petistas, que dias depois anunciaram a candidatura de Contarato ao Governo.
Apesar de não ter números expressivos de intenções de votos nas pesquisas – o senador vai de zero em São Mateus a 8,12% em Vitória, de acordo com levantamento divulgado por ESHOJE – tem o mesmo eleitorado do governador Casagrande, mais ligados à esquerda. E, mesmo que o ex-presidente e pré-candidato Lula da Silva se destaque entre os eleitores capixabas, ele não transfere votos para o senador.
Nacionalmente o PT tem alguns estados considerados mais importantes e lançar candidatura, como São Paulo. Mas o Espírito Santo não está nesta lista. A chapa de Lula está azeitada com Geraldo Alkimin (PSB) na vice e, por isso, onde for possível que o PT recue favorecendo o PSB, isso não está descartado.
Uma reunião entre as lideranças nacionais do partido está agendada para esta quarta-feira (8), em Brasília. O governador Renato Casagrande poderá participar, porque ele foi um dos responsáveis pelo PSB não se federar com PT-PCdoB-PV. E, depende dele, também garantir palanque a Lula da Silva no estado capixaba para que a retirada da candidatura de Contarato aconteça.
O acordo, no entanto, envolve outros nomes, alianças e partidos. Aliado histórico de Casagrande o Progressistas, por exemplo, rechaça uma aliança formal com palanque para Lula.
Por hora, segundo informou por sua assessoria o senador, “a pré-candidatura de Fabiano Contarato ao Governo do Estado segue mantida”.
