Dólar Em baixa
5,148
25 de abril de 2024
quinta-feira, 25 de abril de 2024

Vitória
23ºC

Dólar Em baixa
5,148

Preço do leite aumenta e assusta consumidores capixabas

“Já falei com meu filho, se quiser espremer umas laranjas e fazer suco, se quiser tomar café preto, se quiser beber água pura ou qualquer coisa, mas leite aqui, por enquanto está suspenso! O valor está muito caro”. A constatação foi da dona de casa Lucineide Tonini que já cortou a bebida das refeições e não tem feito receitas que levem leite.

“Ou eu compro leite ou compro carne. Agora é assim, não dá para ter tudo. As coisas estão aumentando assustadoramente a cada vinda ao supermercado”, reclamou a administradora Pérola Vaz.

E elas não estão erradas: o preço do leite aumentou quase 50% em pouco menos de 10 dias, chegando a variar as caixas longa vida de quase R$ 10 o litro, dependendo do comércio e a marca do produto.

Uma pesquisa de ESHOJE em supermercados da Grande Vitória apontou que o valor mais barato é o de 1 litro do leite semidesnatado, no valor de R$ 6,29. Mas o produto também pode ser encontrado nos mercados capixabas a R$8,49 e até R$9,29.

O aumento não é uma questão do Espírito Santo, mas de todo o país. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que o preço do leite teve alta devido ao fenômeno natural La Niña e os custos da produção.

O Centro de Estudos informou que o valor captado em abril e pago aos produtores em maio subiu 4,4% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,5444 o valor do litro. Em relação a maio do ano passado, o aumento é de 11,8%, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de maio/22).

O Cepea informou que desde janeiro, especificamente, o leite no campo acumula valorização real de 14,5%. E as pesquisas ainda em andamento apontam continuidade do movimento altista no campo, de modo que valor pago em junho, referente à captação de maio, pode avançar cerca de 5%.

“A valorização de leite no campo se deve à menor oferta. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,7% entre março e abril, acumulando recuos de 8,2% desde o início deste ano e de 4,5% desde abril/21. Com menor disponibilidade de leite no campo, a concorrência entre as indústrias de laticínios para assegurar a captação de matéria-prima seguiu intensa, sustentando o movimento de elevação nos preços do leite cru naquele mês”, informou boletim da instituição.

A menor produção de leite, por sua vez, está atrelada ao avanço do período de entressafra da produção, que ocorre sazonalmente entre o outono e o inverno – quando o clima mais seco prejudica a disponibilidade e a qualidade das pastagens. Os produtores afirmam que lidar com a entressafra está mais complicado devido as alterações climáticas ocorridas pela La Niña no final do ano passado, que prejudicaram a qualidade da silagem que, neste momento, compõe o manejo nutricional dos animais.

Outro fator que eleva o preço do leite são os elevados custos de produção com diversos insumos da atividade vêm pressionando as margens dos pecuaristas desde o ano passado, complicando os investimentos de longo prazo – o que tem reduzido o potencial de recuperação da oferta mesmo diante do aumento dos preços pagos ao produtor. “O desembolso do produtor com a alimentação do rebanho segue em patamar elevado. Além disso, outros insumos se valorizaram, como combustíveis, medicamentos e suplementação mineral”.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas