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Associação estima falência de 20% das academias na Grande Vitoria

Associação estima falência de 20% das academias na Grande Vitoria
Foto: Reprodução/Internet

Desde 19 de março as academias de ginásticas estão fechadas no Espírito Santo. A determinação é do Governo do Estado, por recomendação da Secretaria de Estado da Saúde, como medida de controle da disseminação do novo coronavírus em território capixaba. A situação se manterá por, pelos menos, mais 15 dias, de acordo com as novas regras adotadas pelo Estado.

Na avaliação do governador Renato Casagrande, seguindo as orientação da Organização Mundial de Saúde, as academias podem ser espaços de grande disseminação da doença.

Mas, para a Associação das Academias de Ginástica do ES (Acages), elas não representam este perigo e é possível, com protocolos rigorosos, a reabertura. Segundo Armando Fontoura, consultor da entidade, a manutenção do fechamento provocará a falência de 20% dos empreendimentos.

“Muitos não terão como reabrir, se a situação perdurar por mais tempo. Estamos caminhando para o segundo mês sem funcionamento, com os planos financeiros dos alunos suspensos, mas com os custos fixos mantidos. As empresas que estão atendendo online não estão cobrando por isso. E muitos alunos já cancelaram as matrículas. Temos preocupação com uma ‘quebradeira’”, destacou o consultor.

No pronunciamento de 30 de abril, o governador Renato Casagrande avaliou que é possível manter o isolamento social e manter a atividade física. Sugeriu que os profissionais busquem alternativas de espaço abertos, livres e sem aglomeração. “Nós entendemos que o exercício é importante à saúde, mas neste momento a alternativa são os espaços livres, em horários com menos quantidade de circulação de pessoas. A nossa fiscalização terá bom senso neste sentido”.

Mas a análise não é considerada razoável pelo empreendedores. “Não é possível cogitar, porque a maioria das pessoas com essa possibilidade tem uma programação mais individual e personalizada”, disse Fontoura.

Nesta segunda-feira (4) uma reunião será realizada entre a Acages e representantes do Governo do Estado, pois dos dois lados têm sido apresentadas propostas, seguindo a linha de regra de funcionamento de supermercados.

“Fizemos a proposta de, como nos mercados, um aluno para cada 10 metros quadrados, mas queremos horário ampliado para atendermos o maior número de alunos por dia. Além de limpeza permanente, disponibilização de lavatórios e álcool em gel”, destacou.

A empresária Claudia Barone, dona de academia em Vitória, disse que o protocolo foi construído pela associação juntamente com o Conselho Regional de Educação Física (Crefes), e que dificulta o funcionamento, mas viabiliza a reabertura. “Temos condições de atender a esse protocolo, e já sabemos que vai reduzir número de alunos – muitos do grupo de risco ou por outras razões já cancelaram seus planos. Temos custos fixos e alguns já aumentaram, como de internet, porque a maioria das academias passou a oferecer aulas online”, destacou.

Linha de crédito

O empresário Leon Sayegh, dono de uma rede de academias na Grande Vitória, questiona  a burocracia para a liberação de linhas de crédito oferecidas pelo Governo do Estado. Segundo ele, que suspendeu contrato de mais de 150 trabalhadores indiretos, essa ajuda permitiria que o setor não sofresse tanto.

“Estamos correndo atrás da linha de crédito e o dinheiro não chega, a burocracia está enorme. A nossa parte estamos fazendo e minha sugestão é reabrir com segurança para que o cliente tenha confiança. Não quero que haja um problema com meus colaboradores ou com os clientes e a gente tenha que fechar de vez”, destacou.

Já Claudia Barone acrescenta a necessidade da ajuda financeira é muito importante para a manutenção dos negócios. “Está muito difícil e os contratos que estão sendo jogados para frente podem nos criar uma bola de neve”, ressalta. Ela destaca, principalmente, os empreendimentos que funcionam em imóveis alugados.

Segundo Armando Fontoura, consultor a Acages, 90% dos donos de academia não conseguiram as linhas de crédito, por não atenderem aos critério burocráticos dos bancos. “No estado são 1.369 academias (empresas do setor) fechadas há mais de 45 dias. Como manter os mais de 11,5 mil empregos desta maneira? O dinheiro não chega na ponta e não conseguimos um acordo para reabrir”.

Durante coletiva neste sábado (2), em que anunciou a manutenção do comércio fechado, pelo menos até 10 de maio, o governador Renato Casagrande reconheceu a dificuldade dos empresários. “Os bancos têm regras rígidas, que são determinadas pelo Banco Central. No Espírito Santo criamos o Fundo de Aval para facilitar, mas reconheço que os empresários estão encontrando dificuldades para conseguir as linhas de crédito. Estamos empenhados em buscar facilitar isso e tenho, de fato, necessidade de avançar nessa liberação”, afirmou o governador.

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