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Virada Cultural vai do brega ao samba na edição 2018

Segundo relatos de viradeiros experientes, o melhor da Virada Cultural é fazer o que só existe na Virada, aquelas atrações pensadas para este final de semana ou que são raras nos palcos de São Paulo. O domingo segue então com essa mistura de atrações que vão do blockbuster, atraentes às massas, aos mais undergrounds, espalhados por palcos do centro.

O Cinesesc, da Rua Augusta, 2075, depois de fazer algo que jamais fez no sábado, 19, usando banda de jazz para executar as partes musicais do filme Shadows (Sobras), de John Cassavetes, tem a exibição de um ótimo filme na tarde de domingo. Axé – Canto do Povo de um Lugar, documentário do diretor Chico Kertész, é um retrato respeitoso e ao mesmo tempo muito bem humorado sobre o fenômeno que se impôs das ruas de Salvador para o Brasil nos anos 1990. Ótimas entrevistas e histórias reveladoras de um momento raramente levado a sério pelos estudiosos.

A Sala Olido, na Avenida São João, vai homenagear a bossa nova durante toda a sua programação (a Virada não informa isso, mas em 2018 completam-se 60 anos da bossa nova, quando levamos em conta o disco que João Gilberto gravou em 1958, com Chega de Saudade). Na programação deste domingo, dois destaques para se por um foco: às 10h, a ótima cantora Claudya, ao lado da filha Graziela Medori, mostram as músicas do show Bossa Nova de Mãe pra Filha. No final do dia, às 18h, as duas voltam para uma homenagem a Johnny Alf, um dos precursores mais definitivos desse cenário. Estarão também Alaíde Costa, Jane Duboc, Verônica Ferriani, Virgínia Rosa, Blubell, Jane Moraes, Vânia Bastos e Claudette Soares. Um desfile de grandes vozes.

O palco jazz & instrumental, na Rua Conselheiro Crispiniano com a Sete de Abril, tem pela manhã, às 11h, o grupo brasileiro La Cumbia Negra, do qual participou o produtor Carlos Eduardo Miranda. É um som caribenho e roqueiro, calcado no ritmo colombiano, muito dançante. O mesmo palco segue com o Projeto Coisa Fina, às 13h30, convidando o arranjador baiano Letieres Leite, e o projeto João Donato Elétrico, com Donato pai e Donato filho conduzindo timbres de teclados mais eletrônicos do que as pegadas acústicas clássicas do velho João.

Para quem quer grandes concentrações, há dois cortejos saindo da Rua Sergipe com a Consolação. Com concentração às 11h e saída às 12h, o Olodum desce a ladeira em direção ao centro com Carlinhos Brown. Mais tarde, concentrando às 15h e saindo às 16h, o É o Tchan segue com Sheila Mello. A pegada ali é carnaval. Se a vontade for cair na farra, será o melhor lugar. Se for aproveitar a essência da Virada, prefira outros endereços. O carnaval já dá conta dos cortejos.

O rap, mais paulistano impossível, tem um espaço quente nesse domingo. O palco da Rua Líbero Badaró com o Largo de São Bento traz uma sequência matadora de Dexter (14h), Nelson Triunfo com Fábio Rogério (15h), Edi Rock (16h) e, terminando, Rincon Sapiência (18h). Mudando de estação, o palco Alegria substituiu Xuxa, que alegou problemas de saúde para não cantar mais na festa, pelo Rouge, às 12, no Vale do Anhangabaú. Depois cantam Sidney Magal (15h) e o grupo Balão Mágico (18h).

O samba retoma o centro logo na alvorada da Avenida São João com a Ipiranga. Eis aqui um bom motivo para curtir a Virada. Qual outro dia será possível ver o Berço do Samba de São Mateus às 9h, Royce do Cavaco às 11h e o Fundo de Quintal às 15h no endereço mais cantado de São Paulo?

Julio Maria
Estadao Conteudo
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