Um vigilante de 50 anos foi preso às 5H30m da última quinta-feira (13) quando saia do turno de trabalho, em um parque municipal de Vitória. De acordo com a polícia, ele é suspeito de abusar sexualmente da filha biológica, à época com 5 cincos de idade. Tudo acontecia na casa dele, em Cariacica.
O titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Lorenzo Pazolini, relatou que o caso aconteceu por um ano. Os pais não moravam juntos. Há cada 15 dias o acusado convivia com a criança, que sempre voltava para casa, em Vila Velha, agressiva e se queixando do pai. Em uma conversa informal com a mãe, ela relatou um detalhe que chamou a atenção.
“A criança contou que viu uma pinta nas partes íntimas do pai. Inicialmente ela não quis responder como tinha visto. A mãe então começou a dialogar com a filha e descobriu. Relatou também que tentou conversar várias vezes, mas a criança não se abria”.
Em maio de 2015, a dona de casa procurou uma psicóloga e a DPCA. Em depoimento, a menina narrou com detalhes como tudo acontecia. Disse que era chamada de “amor”, que o pai a beijava, encostava nas nádegas e dormia com ela. “Quando ele soube que a mãe procurou a delegacia e era investigado, passou a ameaça-la através da criança. Dizia que mataria a dona de casa. A partir desse relato, passamos a investigar essa série de ameaças”, afirmou o delegado.
O inquérito foi concluído em agosto de 2015. O acusado confessou o crime em juízo, mas só teve a prisão decretada um ano depois. Pazolini explicou que o juiz pode ter entendido inicialmente que ele não representava risco para a criança. Afirmou ainda que por motivos burocráticos, não teve acesso ao processo nesse período, por isso a demora.
O delegado contou ainda que o acusado se mostrou surpreso e chorou no momento da prisão. Afirmou achar que a polícia não trabalhava no feriado, mas confessou o crime novamente na delegacia. Disse que amava a filha e cometia os abusos porque tinha “lapsos de memória”.
Ainda de acordo com ele, o vigilante trabalhava há 13 anos no parque municipal. Era tido como funcionário exemplar e tinha uma ficha funcional com muitos elogios, sem desvios de conduta. “Infelizmente ele é um estuprador, alguém que abusou das filhas, capaz do crime mais cruel”, afirmou Pazolini.
O acusado foi condenado a 20 anos de reclusão por estupro de vulnerável, agravado por ser pai biológico da menina. Ele foi encaminhado a Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV 5), em Xuri, Vila Velha. De acordo com o delegado, o presídio foi construído devido ao grande número de casos envolvendo abusos sexuais.