A quinta-feira (18) amanheceu ‘obscura’ e bem movimenta em Brasília, centro político do Brasil. A delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS, levantou suspeitas sobre políticos e um procurador da República.
Em delação premiada, Joesley Batista e seu irmão Wesley Batista, gravaram uma conversa em que o presidente Michel Temer supostamente dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato.
O senador Aécio Neves, afastado, é investigado por pedir R$ 2 milhões à JBS para pagar pela sua defesa na Lava Jato. O política nega a acusação.
Deputada Norma Ayub (DEM)
“Ontem eu estava no plenário da Câmara quando soube através da mídia, dessa notícia que pegou o País de surpresa. Como tudo é recente não posso julgar, seria prematuro, mas posso afirmar que se essas denúncias gravíssimas forem confirmadas o Brasil pode contar comigo para lutar pela punição dos envolvidos.
Não dá mais para esperar e viver nesse cenário de incertezas. Temos que passar esse país a limpo, para que o Brasileiro volte a ter confiança em quem representa o povo! Estou nessa luta pelo povo Brasileiro.
Confio na justiça! Chega de corrupção!”
Deputado Paulo Foletto (PSB)
O deputado Paulo Foletto também recebeu com indignação a informação de envolvimento do presidente, Michel Temer, em denúncias de pagamento de propinas ao ex-deputado Eduardo Cunha. E sugere eleições direitas para o Executivo e Legislativo.
Senador Ricardo Ferraço (PSDB)
“Amigos, diante da gravidade do momento que vive o país, o bom senso determina que é necessário priorizar a solução da crise institucional, para depois darmos desdobramento ao debate relacionado à reforma trabalhista. Portanto, na condição de relator do projeto, anuncio que o calendário de discussões está suspenso”.
Senador Magno Malta (PR)
“As denúncias envolvendo o presidente Michel Temer caíram como uma bomba. “Seja quem for, vai ter que responder pelo crime que cometeu. Mesmo sem poder fazer um juízo de valor, a notícia é bombástica”.
Deputado Givaldo Vieira (PT)
“O golpe agora desmascarado começou a ser articulado via Hartung no ES. Lembremos: O governador Hartung foi o primeiro a receber o então vice-presidente e até o momento presidente ilegítimo #RenunciaTemer, em dezembro de 2015, quando deu-se início ao grande acordo para retirar Dilma da presidência. Hartung, o mesmo que apoiou Aécio Neves para presidente em 2014, indicou nomes de sua gestão para o escalão principal do governo Temer, além de também praticar arrocho econômico e social no Espírito Santo”.
Helder Salomão (PT)
Ele é a favor da renúncia do presidente Michel Temer e diretas já.
Senadora Rose de Freitas (PMDB)
“O apelo que nós estamos fazendo é que o presidente Michel Temer esclareça ao país, que se essas fitas existam que elas apareçam. E que enfim possam colocar diante da população brasileira o fato concreto. Onde está a fita? Estamos cheios de perguntas e sem respostas”. Disse ainda “esse país, por tudo que está passando (…) O país não caminha para lugar nenhum com a crise deste tamanho. Então, o momento é de perplexidade, de angustia, de incerteza. Mas tem uma coisa que só uma pessoa pode fazer, só uma pessoa pode responder, o presidente Temer. Ele precisa explicar para a população brasileira do que se trata essa fita. Se ela existe, ele disse que não existe, então, que peça a quem de direito a detém, se a detém, que explique a população brasileira”.
Homero Mafra, presidente da OAB-ES
“São estarrecedores, repugnantes e gravíssimos os fatos noticiados por O Globo a respeito da obstrução da Justiça praticada pelo presidente da República e de recebimento de dinheiro por parte dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella.
A serem verdadeiras as notícias, o presidente Temer perde as condições para continuar a frente da Presidência.
A sociedade precisa de respostas e esclarecimentos imediatos. As cidadãs e cidadãos brasileiros não suportam mais conviver com dúvidas a respeito de seus representantes.
Por isso, as gravações citadas precisam ser tornadas públicas, na íntegra, o mais rapidamente possível. E a apuração desses fatos deve ser feita com celeridade, dando aos acusados o direito à ampla defesa e à sociedade a segurança de que a Justiça vale para todos, independentemente do cargo ocupado.”
Por derradeiro, enfatizamos que o caminho há de ser o de seguir a ordem constitucional, sem espaço para medidas de emergência ou de arranjos institucionais. A Constituição é o porto seguro da cidadania. Nela encontramos a saída para momentos de extrema crise como a que agora vivemos”.