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“Unai é uma escola de criminalidade”, diz agente socioeducativo

Jheniffer Sodré – [email protected]

{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2013/08/06/1_img_0538-33253.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'52012abbead79', 'cd_midia':33245, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2013/08/06/img_0538-33245.jpg', 'ds_midia': '', 'ds_midia_credi': 'Divulgação', 'ds_midia_titlo': 'Unai', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '350', 'cd_midia_h': '262', 'align': 'Left'}A Unidade de Atendimento Inicial (Unai) para menores infratores, localizada em Maruípe, está superlotada e é avaliada como “uma escola de criminalidade” pelo agente socioeducativo e presidente do Sindicato dos Servidores e Trabalhadores no Atendimento Socioeducativo no Estado do Espírito Santo (Sinases), Bruno Menelli Dalpiero. Com capacidade para 68 jovens, a unidade abriga hoje 194, divididos em alojamentos que se parecem mais com celas e que alojam até 25 pessoas, quando não deveria passar de oito.

Existem apenas 15 servidores por plantão para dar conta desses adolescentes, de acordo com o agente socioeducativo Rivaldares Campos. Ainda segundo ele, os jovens na Unai têm de 12 a 16 anos e cometeram crimes como homicídio, tráfico de drogas e assalto à mão armada.

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Segundo Bruno Dalpiero, dois jovens têm que dividir um único colchão na hora de dormir, alguns até dormem algemados nos corredores, pois não há espaço dentro dos alojamentos. “Com esta realidade, eles não saem socioeducados, e sim piores do que chegaram na Unai. Se nada for feito para melhorar, esses adolescentes serão os futuros presos do Estado”.

Os agentes da unidade também relatam que são ameaçados diariamente e que o ambiente de trabalho é muito estressante. “Eles falam que sabem onde moramos e que vão matar nossas famílias. Como podemos trabalhar assim?”, indaga o presidente do sindicato. Na opinião de Dalpieiro, o maior problema é a falta de gestão adequada por parte do Governo do Estado e do Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo (Iases).

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A fala de Dalpiero foi rebatida pelo secretário de Esstado da Justiça, Sergio Alves, que informou que não cabe a Sejus, por meio do Iases, determinar a saída dos menores da unidade. “O sindicato está fazendo uma confusão, porque ali é uma unidade de atendimento inicial, mas quem diz quantos e por quanto tempo ficarão ali é o Poder Judiciário. Dos internos, acredito que 78 já poderiam estar em outra unidade, mas depende da Justiça”.

Ainda segundo Alves, os municipios não estão respeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente no que diz respeito a criação de espaços de atendimento inicial. Por isso, todos os menores detidos acabam indo para a Grande Vitória. Ele acrescentou também que o estado está construindo uma nova unidade.

Na última segunda-feira (05), a Juíza da 2ª Vara da Infância e Juventude de Vitória, Lúcia Nascimento Salcedo da Matta, determinou que o Iases acabe com a superlotação na Unai no prazo de 15 dias, e dsesative a unidade em 60.

Com essa decisão, os 194 internos serão transferidos para a Unidade de Internação Provisória de Cariacica, e, na visão de Bruno Dalpieiro, isso só transfere o problema para outro lugar. “As Unips de todo o Estado já trabalham com sua capacidade máxima, então não vai ajudar nada levar mais jovens para lá. O que resolveria de imediato seria a transferência desses jovens para DJPs inativos, por exemplo. Em São Mateus tem um local muito bom que traria melhores condições para os internos”.

Caso a situação na Unai não seja resolvida, o Sinases não descarta a possibilidade de paralisação e greve geral. A Secretaria de Estado da Justiça do Espírito Santo foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre o problema na Unai, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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