O dia 24 de março é marcado como Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Esta é uma data propícia para chamar a atenção da população para essa doença que, apesar de ter surgido há muitos anos, está longe ser considerada um mal das sociedades antigas.
Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), dois bilhões de pessoas correspondendo a um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Destes, 8 milhões desenvolverão a doença e 2 milhões morrerão a cada ano. O Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Estima-se uma prevalência de 50 milhões de infectados, cerca de 111 mil casos novos e 6 mil óbitos, ocorrendo anualmente.
Os números dos últimos anos apontam para uma desaceleração tanto no número de diagnósticos quanto na mortalidade por tuberculose. Mas a quantidade de novos casos da doença a cada ano ainda é considerada alta, principalmente entre populações mais vulneráveis, como os indígenas, pessoas privadas de liberdade e em situação de rua.
Interrupção – De acordo com a médica infectologista da Unimed Vitoria, Rubia Miossi, a interrupção do tratamento está entre os principais fatores que contribuem para mortes pela doença, além de aumentar a quantidade de infectados. Cada paciente tuberculoso que não se trata ou abandona o tratamento pode infectar, em média, 10 a 15 pessoas por ano.
A médica explica que, seguindo corretamente e até o fim, o tratamento contra a tuberculose apresenta eficácia que chega a 85%. Mas a especialista evidencia que, como o tratamento é longo – dura seis meses -, muitos pacientes que apresentam melhora com poucos dias pensam que já estão curados, por não apresentarem mais os sintomas, e interrompem o tratamento por conta própria. “A interrupção ainda tem outro problema: torna a doença mais grave, gerando resistência aos medicamentos padronizados mundialmente, dificultando a cura e podendo aumentar o risco de morte”, conta.
A doença – A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que compromete, principalmente, os pulmões, mas que também pode afetar outros órgãos. O contágio ocorre pelo ar, através da tosse, espirro e fala da pessoa que está doente. A tosse por mais de três semanas está entre os principais sintomas. Mas a falta de apetite, emagrecimento e suor noturno acompanhado de febre baixa, que é mais comum no final da tarde, também devem ser considerados.
Diagnóstico e tratamento – Ao perceber uma tosse que dura mais de três semanas, a orientação é procurar um médico. O diagnóstico leva em consideração os sintomas, radiografia de tórax e é confirmado pelo exame do escarro. O tratamento é feito com uma combinação de antibióticos, que também são fornecidos pelo sistema público de saúde.
