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Tragédia ambiental do Rio Doce é tema de exposição fotográfica na Bulgária

Os fotógrafos capixabas Tadeu Bianconi e Gabriel Lordêllo apresentam, a partir dia 19 de agosto, na cidade de Varna, na Bulgária, a exposição “Watu – Rio Doce”, com imagens da maior tragédia ambiental do Brasil. O convite veio da Ong búlgara Sea Blue, que desenvolve trabalhos relacionados à fotografia, ao jornalismo e ao meio ambiente.
Lordêllo e Bianconi documentaram as consequências da tragédia no rio Doce, causada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais. As imagens foram captadas desde a foz, em Regência, no Espírito Santo, até Governador Valadares, em Minas Gerais. Foram dez viagens para região, três sobrevoos, totalizando 30 dias de produção e quase 20 mil fotos produzidas.
“Quando recebemos a notícia do rompimento da barragem e que o rio Doce seria gravemente atingido, seguimos nosso instinto de fotojornalistas e começamos a nos preparar para documentar o que estava por vir, mesmo que de forma independente. Um acontecimento dessa proporção não poderia deixar de ser registrado. É um fato histórico que não pode ser esquecido”, explica Tadeu Bianconi.
As imagens produzidas pelos fotógrafos, que são sócios na Agência Mosaico Imagem, foram publicadas em diversos jornais, revistas e sites do Brasil, como o da National Geographic, e circularam o mundo por meio das redes sociais, o que culminou com o convite da Ong búlgara.
“Nossa ideia foi sair sem pauta, produzindo de forma livre, indo além do factual, utilizando a linguagem fotográfica para mostrar a toda população o que realmente estava acontecendo. Margeamos o rio em busca de imagens como a de um pescador que entrou nas águas que muitos temiam tocar e capivaras que se banhavam no rio contaminado, cenas até então inéditas”, diz Lordêllo.
De acordo com Radomira Ivanova, da Ong Sea Blue, os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil devido as olimpíadas e levar um assunto dessa relevância para a Bulgária durante os jogos é muito importante para que os búlgaros possam conhecer um outro lado do Brasil, que não será mostrado nas mídias.
Watu – Rio Doce
O nome da exposição, “Watu”, significa grande rio, na língua dos índios Krenak, que habitam a região desde antes da descoberta do Brasil.
A mostra conta com 30 fotografias que apresentam o rio Doce desde antes da chegada da lama de rejeitos, até as consequências trazidas por ela, como a morte dos animais, a desolação da população e a mudança da paisagem. Entre flagrantes e cenas marcantes, os artistas revelam também uma interpretação da tragédia por meio de imagens mais estéticas, que chamam atenção pelas cores fortes, como o laranja da lama, e composições minimalistas.
Tadeu Bianconi e Gabriel Lordêllo irão até a Bulgária participar da abertura da exposição, que acontece na galeria Sea Blue, em Varna, na Bulgária, do dia 19 de agosto a 9 de setembro. No dia 26 de agosto os artistas irão participar de uma palestra para jornalistas, acadêmicos e ambientalistas búlgaros.
Os fotógrafos foram contemplados com o edital de locomoção da Secretaria de Cultura do Espírito Santo, Secult, que custeou as passagens para Bulgária.

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