Um projeto de Equoterapia para crianças com deficiência intelectual ou múltipla vai beneficiar 40 famílias com crianças autistas, Serra. O projeto foi elaborado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do município, em parceria com o Centro de Equoterapia Mestre Álvaro (Cema) e apoio do Fundo da Criança e do Adolescente, através da Lei de Incentivo Fiscal (que capta recursos para serem destinados a entidades ou projetos sociais). Durante um ano, eles farão terapia com cavalos, e serão filmados para observar melhora de relacionamento e também de postura. Tudo de forma gratuita.
O presidente da APAE Serra, Luciano Neves, explicou que o projeto já acontece em três associações do Estado. No caso da APAE Serra, eles viram a oportunidade através da Lei de Incentivos Fiscais, de serem contemplados pelo Fundo da Criança e Adolescente.
“Conseguimos com a empresa Águia Branca. Por conta própria seria muito caro. A Equoterapia trabalha tanto a questão motora como socioeducativa, com as famílias. É maravilhoso sermos contemplados com esse tipo de procedimento. Está sendo inovador”.
O projeto vai acontecer no Centro de Equoterapia Mestre Álvaro (CEMA), em Campinho da Serra II, que disponibilizou dois cavalos. Segundo o presidente, as crianças já tem contato a até montam os animais. A curto e longo prazo, ele destacou os benefícios da terapia para os usuários.
“Os cavalos parece que sentem que a pessoa tem uma deficiência. Eles pulam depois de soltos da baia, mas quando se aproximam da criança viram bebês. Parecem entender qual a função naquele momento. Muita gente pensa que a APAE trata pessoas com deficiência, e não é verdade. Damos oportunidades. Não vamos curar a doença, mas fornecer uma qualidade de vida melhor”.
Segundo Luciano Neves, uma seção de equoterapia equivale a 10 seções de fisioterapia. O comportamento muda, principalmente o dos autistas, que muitas vezes tem medo. A parceria de um ano vai oferecer 1,9 mil seções para famílias que foram sorteadas na APAE.
“Estipulamos 467 famílias, e fizemos os critérios para sortear 40. Foram 10 por turno. Todos foram chamados no auditório e eles mesmos sortearam. Os usuários passaram por uma avaliação medica para saber se poderiam fazer. As seções acontecem durante meia hora de seção, uma vez por semana”.
Entre outros critérios, a família não pode faltar para não perder a vaga. Segundo o presidente da APAE, a concessionaria ECO 101 está interessada no projeto e pode se tornar parceira para 2019. “Um dos cavalos que faz o atendimento que foi apreendido por eles. Estava solto na BR e foi doado. O projeto hoje traz para as famílias mais uma oportunidade e qualidade de vida para os usuários. É importante para nós podermos agregar nesse momento”, finalizou.
Lei do Incentivo Fiscal
A Consultora de Incentivos Fiscais, Gleidi Teixeira, explicou que lei que proporcionou a execução do projeto de equoterapia vem de um fundo municipal para a crianças e adolescentes. Apesar de ser federal, ela é gerida pelo município. Dessa forma, os empresários podem estar doando parte do Imposto de Renda no limite de 1%.
“Ele escolhe o projeto que quer aportar esse 1%. Hoje temos mais projetos. Vamos executar mais dois na Serra através do futebol e do judô, em bairros vulneráveis, onde muitas vezes a política pública não chega. O fundo repassa esse valor ao projeto, que entra na fase de execução, que é o que estaremos entregando a comunidade de Campinho da Serra.
Gleidi destacou que mais empresas devem ter a cultura de destinar parte do Imposto de Renda para projetos sociais. Ganha a empresa e também a comunidade. O critério é que a empresa tribute pelo lucro real. Tudo vai depender da atividade e faturamento e também que ela esteja pagando imposto. Pessoas físicas também podem estar doando até 3% para os projetos sociais. “Podem doar aquelas que declaram o Imposto de Renda Completo. Se elas fazem isso, podem estar destinando para o fundo”, explicou.