Andar e vencer muitos desafios. Esses são alguns resultados que a pequena Inara Fernandes Guimarães, 9 anos, conquistou desde que iniciou o tratamento de equoterapia do Regimento de Polícia Montada da PMES (RPMont). Os avanços foram sentidos não só na saúde da menina, bem como na vida social.
Inara nasceu prematura e sua mãe, Poliana Seabra Fernandes, ficou três dias em coma. Ao acordar achou que sua filha não havia sobrevivido. A avó, Roseni, trabalhava no hospital e trouxe a notícia do milagre: a criança estava em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Com paralisia cerebral a menina teve restrições no seu desenvolvimento e ficou em uma cadeira de rodas.
Engana-se quem pensa que Inara é diferente das outras crianças de sua idade. Ela tem vida social intensa, estuda na rede municipal de ensino público, participa de projetos de artes de congo e capoeira e de apresentações de dança. A pequena também passeia no shopping, vai ao cinema, visita familiares, tem muitos colegas, adora festas, karaokê e carnaval.
Além do lazer, frequenta atividades terapêuticas como natação, fonoaudiólogo e desde setembro de 2017 participa das atividades ofertadas pela equipe da equoterapia, no RPMont. Inara se adaptou rapidamente e gosta muito de andar a cavalo, tendo ótima interação com a equipe de policiais que a atende. Quando sua mãe diz que é “dia do cavalo”, ela se agita e esquece até de comer. Não quer nem trocar de roupa para chegar logo no RPMont. Comunica-se com dificuldade, mas sempre alegre.
Da cadeira de rodas aos primeiros passos
A menina era cadeirante quando realizou o cadastro na lista de espera para atendimento de equoterapia. Segundo relatos de sua mãe Poliana, Inara melhorou a postura e marcha, conseguindo caminhar com mais desenvoltura, diminuindo também as quedas. Um dia, ao assistir televisão com a família, seu avô Oberland pediu o controle remoto e Inara surpreendentemente se levantou e caminhou com passos cambaleantes pela primeira vez, andou cerca de três metros, sentou e pegou o controle, para depois se levantar novamente e entregar o objeto para o avô.
Com a evolução apresentada na equoterapia, existe a possibilidade de que no futuro Inara possa caminhar muito além de alguns metros. Os exercícios e interação com o cavalo são elementos que contribuirão para a evolução geral da praticante, e o RPmont dispõe de equinos treinados e uma equipe de policiais para acompanhar a terapia. Com o esforço da família e empenho nas atividades, Inara, assim como as outras pessoas atendidas pelo projeto social, poderá ter mais autonomia e qualidade de vida.
Inara é um dos muitos milagres diários atendidos pelo RPMont, que acompanha cerca de 50 famílias em atendimentos individuais.