Síndrome do comer noturno: você sabe o que é isso?

A correria do dia a dia e o acumulo de funções tem gerado sérios problemas a saúde. Prova disso é a síndrome do comer noturno, um distúrbio alimentar que tem atrapalhado a vida de muitas pessoas, que acordam até quatro vezes durante a noite para comer. Segundo o mestre em psicologia Antonio Elmo, a compulsão noturna está ligada a ansiedade. A pessoa que não consegue viver o presente fica sempre tentando antecipar os acontecimentos, inclusive às refeições do dia seguinte, como é o caso da síndrome.

“A insônia também está diretamente ligada à síndrome do comer noturno, pois o indivíduo não consegue dormir e acorda. Já que acordou, ele procura alguma gratificação ou uma fonte de prazer para compensar sua angústia. Quase sempre essa recompensa é através da comida, daí o famoso ‘assaltar a geladeira ‘ durante a madrugada.”

Problemas emocionais, como depressão, obesidade e restrição alimentar também podem ser responsáveis pela gula noturna. Para identificar o distúrbio é preciso que a ação de levantar durante a madrugada para comer esteja se repetindo há, no mínimo, três meses. A nutricionista Karoline Calfa explica que se alimentar durante a madrugada após ter ido a um show ou uma balada, não significa que a pessoa sofra desse mal.

“As vezes gastamos muita energia quando saímos para dançar, por isso a fome aparece ainda durante a madrugada. Isso é normal., pois temos que repor a energia gasta. O problema é quando a pessoa come muito durante a noite sem ter praticado nenhuma atividade física. O compulsivo chega a acreditar que não vai conseguir voltar a dormir se não comer. Isso é grave.”

Para piorar, os alimentos buscados por essas pessoas são ricos em carboidratos, quando o indicado é comer alimentos leves antes de dormir. A nutricionista diz ainda que muitas pessoas não têm apetite pela manhã e por isso não tomam café da manhã, uma das refeições mais importantes do dia. Alguns podem passar quase o dia todo sem se alimentar, mas em compensação, passam a madrugada comendo.

A esteticista Pollyana Passos sofre de compulsão alimentar há dois anos. A diferença é que ao invés de comer na madrugada, ela passava o dia todo comendo. “Eu sou muito ansiosa e desconto na comida. Comia sem vontade, porque nem sempre eu sentia fome, mas sim uma vontade incontrolável de comer. Com isso o meu colesterol aumentou e eu ganhei 20kg, além de não conseguir dormir bem a noite, também sentia fadiga e roncava.” Para cuidar da saúde, Pollyana procurou um cardiologista e atualmente está em tratamento. Diagnosticada com ansiedade crônica, ela vai precisar fazer uso de medicamento pelo resto da vida.

Já o tratamento da síndrome do comer noturno é similar aos demais transtornos de comportamento alimentar, como bulimia e anorexia. É feito um acompanhamento em conjunto com um psicólogo e um nutrologo. A família também pode ajudar nesse acompanhamento, mas nem sempre os familiares têm conhecimento do problema. Em alguns casos é necessário o uso de medicamentos, mas no geral, a compulsão é controlada com o tratamento psicológico e alimentar.

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