A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) afastou 61 funcionários públicos do Hospital Dório Silva, na Serra, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros, por desvio e subtração de medicamentos e também de material médico. A polícia civil cumpriu 36 mandados de busca e apreensão na casa dos envolvidos (Serra, Viana, Cariacica e Guarapari) e no hospital na noite da última segunda-feira (4).
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O secretário estadual de saúde, Ricardo de Oliveira, afirmou que uma denúncia anônima foi feita à Sesa em abril, informando que alguns desses medicamentos, destinados principalmente a pacientes do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), sobravam e não estavam retornando a farmácia, fato que chamou a atenção do controle de lotes do hospital.
“A partir dai a própria secretaria montou uma comissão para averiguar e levantar essas questões dentro do hospital. Ao constatar que efetivamente o fato existia, nós documentamos tudo isso, procuramos a polícia e entregamos o processo. Agora eles investigam porque esses medicamentos estavam sendo desviados do hospital Dório Silva”.
Segundo o secretario, esses medicamentos estavam sendo estocados na casa e também nos armários hospitalares dos servidores envolvidos. A comprovação de que os materiais pertenciam de fato ao hospital veio por etiquetas dos lotes comprados pelo hospital. “A legislação nos permite o afastamento. São 10 funcionários efetivos, que responderão a processo administrativo disciplinar. O restante são de Designação Temporária (DTs), que terão o contrato cancelado. Mesmo assim, vamos fazer um processo de sindicância administrativa, porque precisa ficar evidenciada essa postura. Eles não poderão mais participar de processos administrativos do setor público”.
A titular da delegacia especializada em crimes contra a administração pública, Michelle Meira, afirmou que um dos medicamentos é controlado pela portaria 344 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que determina o que é droga. Os envolvidos vão responder por tráfico de drogas e peculato (se utilizar do cargo para desvio público e privado).
“Foram apreendidos diversos materiais médicos utilizados para curativo, como gaze, esparadrapo e ataduras. Estamos na fase de interrogar os envolvidos. Alguns foram conduzidos ontem à delegacia e já prestaram depoimento. Por enquanto, ninguém está preso”.