Pedro Permuy – [email protected]
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) amanheceu agitada entre ação estudantil contra o racismo e participação de vaca no ato de servidores da instituição.
Desde às 08h desta sexta-feira cerca de 300 servidores da Ufes estão em pontos estratégicos nas ruas de Vitória para mobilizarem a sociedade para o descaso, que segundo eles, com que é tratado o ensino público federal.
O líder grevista Wellington Pereira, que está na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) conta que os servidores estão mais concentrados lá, com cerca de 200 pessoas, e na Universidade, local em que estão aproximadamente mais 100 manifestantes.
No Campus da Ufes, em Goiabeiras, em Vitória, os grevista levaram uma vaca para o ato que luta por reposição salarial, contra corte no ensino público federal e estabelecimento de data-base da categoria. Pereira explicou que os servidores fizeram uma analogia a uma fala da Presidente da República, Dilma Rousseff, em que ela instituiria os direitos trabalhistas depois de “a vaca tossir”.
Coletivo Negrada promove ação de denúncia de racismo na Ufes
Estudantes da Universidade, que fazem parte do grupo Coletivo Negrada, promovem nesta sexta-feira (18) ação para cobrar medidas e denunciar racismo. O ato começou às 09h e só deve terminar aproximadamente às 20h.
De acordo com uma das idealizadoras, a estudante do curso de Letras na Ufes, Mirtes Santos, o ato desta sexta serve para ilustrar a indignação dos estudantes negros quanto à forma que têm sido tratados pela repartição. O destaque do manifesto foi para o processo administrativo contra o Professor Manoel Luiz Malaguti, que em novembro do ano passado foi denunciado por universitários por ter feito comentários racistas em sala de aula.
O grupo esteve na Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar (CPPAD) da Ufes e conferiu que o processo está em fase de decisão e de relatório. O responsável pela comissão relatou que às vezes o grau de complexidade de um processo pede mais tempo e por isso a demora pode acontecer.
Durante a tarde, os universitários farão panfletagem pelo Campus para divulgar a programação desta sexta que inclui aulas de dança, capoeira, oficinas, sarau e cine-debate com o objetivo de retratar a cultura afro.
Às 18h vai acontecer uma aula pública com o historiador e ativista social Douglas Belchior, que virá de São Paulo para ministrar o debate sobre maioridade penal que acontecerá na escada do Teatro Universitário.
O estudante de Ciências Sociais da Ufes, João Victor dos Santos, que destaca que o tema da discussão, além de servir como pretexto para vestibulares, por ser um assunto que tem sido amplamente questionado, se relaciona à população negra a partir do momento em que a maior parte dos indivíduos encarcerados têm origem afro.