Mais bem votado entre os capixabas, o delegado de polícia Fabiano Contarato (Rede) recebeu 1.117.036 votos e, segundo declarou à Justiça Eleitoral em sua prestação de contas, sua campanha teve R$ 202.291,66 de despesas. Desta forma, o valor de cada voto para o redista foi de R$0,181. Curiosamente, 181 foi o número do senador eleito nas urnas.
Já o segundo colocado, Marcos Do Val (PPS), foi eleito com 863.359 votos e suas despesas na campanha chegaram a R$90.767,34. Com isso, o voto “custou” para Do Val R$ 0,105.
Segundo a Justiça eleitoral, Marcos Do Val foi um dos quatro senadores eleitos que informaram despesas abaixo de R$ 100 mil. Junto com o capixaba estão ainda Capitão Styvenson (Rede-RN), Soraya Thronicke (PSL-MS) e Delegado Alessandro Vieira (Rede-SE). A campanha com o menor volume de recursos foi a de Capitão Styvenson, com R$ 35,6 mil.
Em todo país, o senador entre os 54 eleitos, mais “barato” foi Major Olímpio (PSL-SP), que informou gastos de R$ 278,9 mil e recebeu 9.039.717 votos. Cada voto ficou por R$ 0,03. A partir deste ano, há um limite de gastos na disputa ao Senado de acordo com o número de eleitores no estado. O valor do teto varia de R$ 2,5 milhões a R$ 5,6 milhões.
Governador custou quase R$ 5
Se os eleitores dos senadores tiveram um “baixo custo”, para o governador eleito o preço do voto foi de quase R$ 5. Renato Casagrande (PSB) foi eleito com 55,49% dos votos válidos no Espírito Santo, tendo recebido o apoios de 1.072.224 de eleitores. À Justiça Eleitoral o futuro chefe do Poder Executivo estadual informou que teve R$ 4.986.873,01 de despesas contratadas. O que representa um custo de R$ 4,65 por voto. A campanha de Renato Casagrande recebeu um total de R$5.106.850,00.
Eleitos representam capixabas?
A missão dos deputados estaduais, deputados federais e senadores é representar, na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional, os interesses do povo e de seu Estado. As eleições de outubro representaram renovação desses representantes – 77% dos senadores e 50% dos deputados federais e estaduais no ES serão diferentes dos últimos quatro anos. Mas o perfil desses parlamentares é alinhado ao dos eleitores?
De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de homens e mulheres é muito próxima, porém a quantidade de mulheres é um pouco maior – 50,7% contra 49,3%. Já nas Câmaras, tanto a estadual quanto a federal, a proporção é muito diferente. Dos eleitos que ocuparão a Assembleia Legislativa a partir do ano que vem, 90% são do sexo masculino e apenas 10% são do feminino; somente três mulheres – Janete de Sá, Iriny Lopes e Raquel Lessa – foram escolhidas pela população.
Essa diferença ficará um pouco menor no Congresso em 2019. Dos dez parlamentares eleitos, três mulheres comporão a bancada capixaba: a reeleita Norma Ayub, Lauriete e Soraya Manato. No Senado, Rose de Freitas continua a única entre os três senadores do Estado.
A faixa etária predominante na população capixaba, também de acordo com o censo, é a que vai dos 20 aos 29 anos – o que corresponde a 9,2% da população. Nenhum dos eleitos ao Legislativo Estadual se encaixa nessa classificação; a maioria dos deputados tem entre 50 e 56 anos – nove no total, o que corresponde a 30%. Os deputados mais jovens eleitos são Erick Musso e Alexandre Xambinho, com 31 anos, e o mais velho, Theodorico Ferraço, com 81.
Já entre os representantes do Espírito Santo no Congresso Nacional, o único parlamentar eleito que se enquadra nessa idade é o futuro deputado federal Felipe Rigoni, que tem 27 anos.
Com relação à cor, o IBGE apontou que 48,6% dos capixabas se declararam pardos, enquanto 42,2% são de cor branca, 8,3% preta, 0,6% amarela e 0,3% são indígenas. Na Ales, só Marcus Mansur se declara preto, enquanto na Câmara apenas Sérgio Vidigal se declarou pardo. Todos os demais eleitos pelos capixabas se consideram de cor branca.