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Seminário discute diferenças sexuais e religiosas em sala de aula

Jéssica Alves Maciel – [email protected]

Nessa quinta-feira (22) aconteceu em Cariacica o 4º Seminário Estadual de Educação e Diversidade Sexual, que teve como tema a Laicidade e a Religião na escola pública, organizado pelo Sindicato dos Professores das Escolas Públicas do Espírito Santo (Sindiupes).

Segundo o presidente do Sindiupes Cristovam de Mendonça, esse seminário tem por objetivo orientar aos professores como passar para os alunos as diferenças religiosas e sexuais e, principalmente, que elas devem ser respeitadas.
“O respeito à orientação sexual e religiosa deve começar antes da iniciação escolar da criança, dentro de casa. Os pais devem ensinar aos filhos que, mais que opções sexuais ou religião diferentes, nós estamos falando de vidas, de seres humanos como nós, mas com características diferentes, com crenças diferentes”, disse.
Cristovam também ressaltou a importância do ensino religioso mais amplo, e não simplesmente pregando o cristianismo, como é feito. “O histórico do ensino religioso no Brasil é complicado e não seguiu uma trajetória que valorizasse a pluralidade religiosa existente no nosso país. Na prática, as nossas escolas tem doutrinado nossos alunos” contou o educador, que defende o conhecimento de todas as religiões em sala de aula, e, principalmente, de respeitar todas.
O respeito às diversidades sexual e religiosa é pregado nas aulas da professora de português Noêmia Simonassi. “Eu tenho a minha fé e as minhas crenças, mas não tenho o direito de impor isso aos meus alunos em sala de aula. O ensino religioso de hoje tem que ser reformulado. No mundo que vivemos, não cabe mais pregarmos a predominância de uma religião, no caso, o cristianismo” disse a educadora, que leciona há 28 anos na rede estadual.
Um dos palestrantes do Seminário é o curitibano Toni Reis, Secretário de Educação da Associação Brasileira LGBT e Diretor Executivo do Grupo Dignidade e do Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual, e ressaltou a importância de os professores incentivarem os alunos a respeitarem as diferenças.
“Uma pessoa homossexual não é assim por opção, isso faz parte da essência dela, e tem que ser respeitado. Todo ser humano tem o seu direito de ir e vir e merece ser respeitado independente da orientação sexual e ou da religião que segue” disse Toni.
Professor de Sociologia há nove anos, Mauro Mota conta que tem alunos homossexuais e que presencia o preconceito dos colegas de classe desse aluno. “Quando alguns dos alunos solta uma piadinha ou até mesmo uma ofensa contra o colega, eu trago essa situação para um debate mais crítico, envolvendo os outros alunos da turma. Isso faz com que eles entendam que todos somos diferentes, temos opções e gostos diferentes, mas isso não nos faz melhor ou pior que ninguém” contou Mauro, que também atua como assistente social na Prefeitura de Vitória e auxilia pessoas que sofrem preconceito por causa da orientação sexual.
O Seminário acontece o durante toda o dia e contará com 10 palestras que discutirá as diferenças sexuais e religiosas e a forma como elas devem ser tratadas no ambiente escolar.

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