Com manifestações bloqueando várias pontos desde as 4h em toda a Grande Vitória, trabalhadores não conseguiram chegar aos locais de serviço. Na Av. Maruípe, em Vitória, mesmo sabendo da falta de transporte coletivo, alguns ainda aguardavam nos pontos de ônibus na tentativa de chegar ao trabalho as 9h.
O tosador Alberto Monteiro Bonfim mora no Bairro da Penha estava no ponto desde as 7h40, tentando chegar ao local de trabalho em Jardim Camburi. “Até agora nenhum ônibus passou. Só os empresariais. E mesmo assim, nem os da CST estão parando. Até então estou impossibilitado, e não é muito longe. Porém, dependo do transporte”.
Um trabalhador da siderurgia, que não quis se identificar, também aguardava o ônibus da empresa. “Estou aqui desde 6h45. O ônibus costuma passar 7h30, e já são 8h50. Não sei se vou conseguir chegar ou se ele vai chegar aqui. Mas estou aguardando”.
Uma ajudante de cozinha, que também não quis se identificar, aguardava por um transporte desde as 5h. “Saí de casa 4h40 e o ônibus da Arcellor passou mais cedo. Eu não sabia disso e estou aqui aguardando algum para ir trabalhar. Meus colegas também estão todos esperando”.
Outro servidor da Vale estava desde as 7h também esperando um ônibus da empresa. As 9h, ele e dois colegas não sabiam se chegariam ao trabalho. Segundo ele, muita gente desistiu da espera e voltou para casa. “Não costuma atrasar. Ficamos aqui porque realmente precisamos aguardar um carro chegar”.
A atendente de supermercado Maria das Dores aguardava em um ponto de ônibus da Av. Maruípe desde as 7h. “O ponto estava cheio. As pessoas foram trabalhar porque alguém veio buscar. Eu mesmo estou aguardando meu gerente, vindo de Jardim da Penha”.
Os protestos são contra a reforma da Previdência e Trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB) e ocorrem em todo o Brasil.
