A Polícia Civil apreendeu seis toneladas de produtos para cabelo fabricados de forma irregular em um galpão localizado no município de Cariacica. Os produtos eram distribuídos para supermercados, farmácias e salões de beleza da Grande Vitória.
A fábrica Ana Lúcia Birchler Ind. e Com. De Cosméticos ME. localizada na Rua Doralice de Abreu no Bairro Boa Sorte, possuía condições precárias, vários tonéis de produtos e material para fabricação, embalo e rotulagem. Eram shampoos, condicionadores, cremes para pentear, umidificadores, máscaras de hidratação e óleos capilares.
Apesar de as embalagens apresentarem informações de produtos naturais com coco, abacate e óleo de argan em sua composição, nenhum deles possuía registro da Anvisa nem na Vigilância Sanitária.
A polícia chegou ao local por meio de uma denúncia anônima de que uma fábrica estaria comercializando de forma irregular diversos cosméticos para cabelo. Em conjunto com a Vigilância Sanitária do Município foi feita a localização da fábrica clandestina e apreensão dos produtos na última quarta-feira (04).
O espaço possuía dois andares, um onde ficavam os tonéis de matérias primas para a fabricação dos cosméticos, e no outro era feita a mistura e o embalo dos produtos. “O inquérito policial já foi instaurado, vão ser ouvidas as pessoas envolvidas e aprofundaremos as investigações desse crime”, relata o delegado Gabriel Monteiro, titular da Delegacia do Consumidor.
No local a polícia encontrou duas funcionárias do setor administrativo, que foram conduzidas a delegacia onde prestaram depoimentos e foram liberadas. A polícia já identificou e expediu intimação a Ricardo Evald, dono da empresa, que deve ser ouvido até a próxima semana. Ele poderá responder pelo crime contra saúde pública e contra o consumidor e receber pena de 10 a 15 anos de prisão e multa.
É possível que essa ilegalidade possa ter causado prejuízos também aos cofres públicos, mas ainda está sendo fiscalizada a veracidade das notas fiscais emitidas pela fábrica.
Alerta
Segundo o superintendente de Polícia Especializada, José Arruda, esse tipo de produto pode oferecer ao consumidor sérios riscos à saúde e até mesmo à vida. “A ideia é trabalhar de uma forma preventiva a evitar que as pessoas possam se contaminar com esse tipo de produto”, relata o superintendente.
Todo o material será descartado pelos órgãos ambientais de forma que não cause prejuízos ao meio ambiente já que entre os materiais encontrados havia Glicerina e Álcool.