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sexta-feira, 29 de março de 2024

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Saneamento e saúde

Saúde e meio ambiente são dois assuntos que caminham juntos. A falta de saneamento básico afeta a saúde das pessoas, afeta a qualidade da água e gera gastos com tratamentos de doenças. O caminho para ampliar o saneamento básico para a população é longo, mas precisa ser seguido com urgência.

O Brasil é apenas o 112º colocado em um ranking de saneamento básico que considera 200 países, de acordo com estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). E qual o impacto dessa colocação na nossa vida?

Um deles é que as pessoas adoecem mais. Adultos e crianças dão entrada em hospitais públicos e particulares todos os dias com gastroenterite e outras doenças ligadas diretamente a deficiências de saneamento básico. Por conta disso, o SUS gasta fortunas com tratamento de saúde, quando poderia economizar muito dinheiro se tivéssemos um sistema que funcionasse corretamente. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram que para cada real investido em saneamento, a economia correspondente é de R$ 4,00 no sistema da saúde pública do País.

Como ter saúde se não há tratamento de esgoto? Se praias e rios estão poluídos? Impossível. Diariamente, o equivalente a 3.500 piscinas olímpicas de esgoto são lançados em rios, mares e cursos d’agua no País. Já passou da hora de nossos governantes tomarem atitudes para resolver esses problemas.

E não adianta que apenas uma cidade tome providências, se as outras continuam na mesma situação. Rios e mares são interligados e muitas vezes a poluição de um afeta os demais. A Grande Vitória é um caso emblemático em que só a união real das prefeituras, cujas cidades lançam seus dejetos na Baia de Vitória, pode resolver o problema.

Executar obras de tratamento de esgoto ainda gera empregos no País, que chegou ao preocupante índice de 13,5 milhões de pessoas desempregadas. Abrir novas vagas é fundamental para movimentar a nossa economia.

O setor do turismo é outro que pode se beneficiar com a melhora do saneamento básico. No caso específico da Grande Vitória, nossa baia poderia ser muito mais bem explorada para o turismo se não tivesse o cheiro forte de esgoto em alguns pontos. Sem falar das nossas praias, entre as mais bonitas do país, mas ainda com a qualidade da água comprometida em diferentes pontos.

Fabio Junger é diretor da Emec Obras e Serviços

 

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