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Rio Doce ganha mais um reforço na tentativa de recupera-lo

Quase dois anos após a destruição da barragem de rejeito da Mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, ainda é possível verificar o prejuízo ao meio ambiente. A lama de metais que inundou e contaminou o Rio Doce, desde Minas até o litoral do Espírito, em Regência (Linhares), continua ao longo do rio. Para manter o monitoramento e visando recuperar o Doce, foi criada a Rede Rio Doce Mar.

Nesta quinta-feira (6) o grupo foi apresentado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), cuja coordenação é do professor Edimilson Texeira, juntamente com outros especialistas de diversas universidades do país. Segundo ele, o grupo entra em tópicos específicos na biodiversidade aquática e visa trabalhar em pesquisas que possam dar suporte às instituições e governo interessados e, salvar o Doce.

“O objetivo é apoiar o poder publico para atuar na frente de diversas questões relacionadas desde o impacto do acidente até medidas a serem adaptas para a recuperação. A Rede é composta por 23 instituições, contabilizando 160 doutores e profissionais que não fazem parte da academia, dessa forma se totaliza quase 800 pessoas”, explicou.

De acordo com o Edimilson Texeira, a Rede Rio Doce Mar atuará de diversas formas, inclusive podendo dar suporte à Fundação Renova, que foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre a Samarco, suas acionistas, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. ”A Renova foi recomendada pelo poder publico, que hoje faz gestão dos recursos para recuperação”, ressaltou.

Também fazem parte da Rede Rio Doce Mar os professores Jorge Dergan (Federal de Viçosa), Aurio Banhos (Centro de Ciências – UFES), Adalto Bianchini (Universidade Federal do Rio Grande), Gilberto Barroso (Oceanografia – UFES), e Eustáquio Castro, que coordena o grupo junto com Edimilson.

O desastre de Mariana causou a morte de 19 pessoas no distrito de Bento Ribeiro, nem território capixaba contaminou o Rio Doce que passa pelas cidades de Baixo Guandú, Colatina e Linhares. Nele ainda é possível verificar a presença de metais, conforme apontam dados das três expedições feitas pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), do Rio Grande do Sul.

Segundo um dos pesquisadores da expedição, professor Adalto Bianchini, em alguns locais houve redução da concentração dos rejeitos, mas manteve níveis elevados. Em determinados trechos foi observado aumento de metais. Segundo ele, as primeiras semanas após o desastre foi o momento agudo, com a contaminação do rio, mortes de peixes e outras espécies.  Agora o momento é crônico e de expectativa quanto à resposta biológica que serão obtidas através do tempo.  “O problema não é no organismo que sofreu esse impacto, mas nos seus dependentes, ou seja, o efeito na reprodução, no crescimento dos organismos” destacou.

 A situação do Rio Doce é reversível, porém é necessário que ele não seja mais degradado. “É claro que o ambiente tem uma capacidade de resiliência, mas existem elementos que não são transformados, que saiam dificilmente da circulação do sistema. Dessa forma, a perspectiva de resiliência deve demorar bastante. Se os elementos pudessem ser degradados mais facilmente pela natureza, pela radiação solar, temperatura ou até mesmo pelos organismos, o problema se resolveria mais rapidamente. Porém, a expectativa é que isso demore muito mais por se tratar de elementos metálicos”, reforçou Bianchini.

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