Terminou sem acordo a reunião entre os pescadores atingidos pela lama da Samarco e a Fundação Renova. Dessa forma, a linha de trem que liga Vitória a Minas continuará bloqueada, na altura deBaixo Guandu.
Informações dão conta de que cerca de 70 índios Krennak chegaram a Baixo Guandu, na noite desta terça (15), em três ônibus, para reforçar o movimento, assim como uma comissão dos Direitos Humanos. Cerca de 1500 pessoas estão bloqueando a linha férrea.
Outra informações dão conta também de que os manifestantes estariam se movimentando para bloquear a linha férrea em Aimorés, em Minas Gerais, na tentativa de invalidar uma liminar da polícia militar, que estaria no local com uma determinação para que eles desocupem a área de Baixo Guandu, que fica no Espírito Santo.
Oito pessoas estariam a frente do movimento e caso não cumpram a determinação, podem ser multadas em R$ 50 mil. O protesto é contra uma decisão judicial tomada pela Justiça Federal no mês de dezembro de 2018, que alterou os acordos feitos entre a Fundação Renova, envolvendo cerca de 9 mil pessoas atingidas pela barragem da Samarco, que se rompeu em novembro de 2015. Os manifestantes interditaram a linha férrea às 11h da última segunda-feira (14), alegando ainda não teriam recebido suas indenizações.
Circulação do trem
Com a interdição, a Vale informou que o trem de passageiros não circulará no Espírito Santo, mas apenas nos sentidos entre Belo Horizonte e Governador Valadares, em Minas Gerais. Segundo nota enviada na noite desta terça (15) pela companhia, a circulação continuará limitada na quarta (16):
“A paralisação da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) por manifestantes em Baixo Guandu continua a impactar os usuários do único trem diário de passageiros do País. Desde o início da paralisação, às 11h da segunda-feira (14/1), 2,5 mil passageiros foram prejudicados por não poderem embarcar no trem ou por terem que completar seus trajetos em ônibus. Nesta quarta-feira (16), o trem continuará com circulação restrita ao trajeto entre Belo Horizonte e Governador Valadares, em Minas Gerais, nos dois sentidos. Com isso, mais 1,2 mil passageiros em Minas Gerais e no Espírito Santo devem ser impactados pela interdição.
Quem não conseguiu embarcar pode reagendar o bilhete ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem. Para isso, é preciso se dirigir, no prazo de até 30 dias, a qualquer uma das estações localizadas ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Mais informações podem ser solicitadas por meio do Alô Ferrovias 0800 285 7000.
A interdição da Estrada de Ferro Vitória a Minas também interfere na economia do país. A cada 24 horas sem operação, a ferrovia deixa de movimentar o equivalente à carga de 11,8 mil carretas de produtos diversos, como minério de ferro, combustível, grãos, carvão e fertilizantes. São produtos que atendem a indústrias do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo ou que têm como destino o mercado externo”.