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Redes de farmácias abriram mais de 200 novas unidades no Espírito Santo

meme1“Medo de ir trabalhar, e quando voltar meu prédio ter virado uma Drogasil”. O meme já viralizou entre os internautas capixabas não à toa. Nos últimos 12 meses, 201 novas farmácias surgiram em todo o Espírito Santo, sendo 118 somente no último semestre. Enquanto o Brasil se recupera de uma das crises econômicas mais severas de sua história, as grandes redes farmacêuticas vêm se expandindo como nunca no Estado, sobretudo na Grande Vitória.

O que justifica essa expansão vertiginosa? Nem o próprio Conselho Regional de Farmácia (CRF-ES) sabe. Fato é que este “boom” misterioso tem trazido consequências para os negócios locais e também tem gerado reclamações dos próprios farmacêuticos.

Em 2017, 60 farmácias de menor porte foram fechadas em todo o Espírito Santo, 27 delas somente na Grande Vitória. Enquanto isso, farmácias imensas, com grande espaço de estacionamento, localizadas em terrenos supervalorizadas de bairros nobres – muitos deles já abrigou negócios antigos e tradicionais – são erguidas em pouquíssimo tempo. A situação intriga o presidente do CRF-ES, Luiz Carlos Cavalcanti.

20180112_103321“Nos intriga bastante que em momento de grave crise tantas farmácias, principalmente de alto custo, seja abertas. Os locais caríssimos de aluguel, em bairros nobres, uma do lado da outra. Se existe um mesmo número de clientes como é possível se sustentarem? Por outro lado esse ‘boom’ tem sido de farmácias de rede de fora do Estado, que além de medicamentos, vendem vários outros produtos, cosméticos, perfumaria de custo mais elevado, que atende um público diferenciado. Mas continua me intrigando, porque não existia demanda reprimida e não houve aumento populacional ou aquisitivo e mesmo assim a quantidade desse tipo de farmácia tem aumentado”, afirma o presidente.

As três redes que têm tomado o mercado são as marcas Drogasil, Pague Menos e Pacheco. Há um mês, onde ficava um local de festas infantis próximo à Rua da Lama, em Jardim da Penha, foi erguida uma filial da Drogasil. Enquanto na Praia do Cento, no tradicional “postinho”, em breve abrirá nova unidade da Pague Menos.

A estudante Kelly Pinnoti, 19, afirmou que a variedade de produtos é o que chama a atenção dela quando opta por uma farmácia das grandes redes. “Essas farmácias são muito mais uma loja. Quando eu vou à farmácia compro outras coisas também, como cosméticos, maquiagem, que é o que eles estão trazendo para nós ultimamente. O que não me atrai muito é o preço. Às vezes vejo como só uma fachada, pois nem sempre os preços que eles praticam são bons, não é tão favorável se for comparar com outros lugares”, disse a estudante.

20180112_104615Automedicação
Para o presidente do CRF-ES, mais lojas, mais riscos de intoxicação. A automedicação aumenta, segundo Luiz Carlos Cavalcanti. Ele diz ainda que a variação dos preços praticados pelas grandes redes não é tão grande que justifique uma expansão violenta.

“As menores, que eram de propriedade de farmacêuticos e empresários no Estado, com atendimento mais personalizado, estão fechando. E, conforme cresce as redes mais impessoais isso vai se perdendo. Temos que lembrar que medicamento não é produto qualquer e requer atenção e acompanhamento do farmacêutico. É uma preocupação o crescimento da automedicação”, frisa o presidente.

Quatro vezes mais do que o recomendado pela OMS
O número de farmácias recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de uma para cada 8.000 habitantes. Só que, no Espírito Santo, a média é de uma farmácia para cada 1.948 habitantes, uma proporção quatro vezes superior à recomendada pela OMS. Em Vitória, a situação é mais exagerada ainda: uma para cada 1.772 habitantes (4,5 vezes o ideal).
“A OMS preconiza essa quantidade para que a farmácia tenha subsistência, sem que pratique atos como fazer indicação de medicação que o paciente possa não precisa, não tratando a farmácia como comércio”, explica o presidente do CRF-ES.

Mas há quem considere positiva a expansão das farmácias. “Eu tomo uma série de medicamentos e quando faço a opção por uma farmácia, faço a cotação de preço. Já achei até 20% de diferença entre uma farmácia e outra. Corro várias farmácias e a que tiver o preço melhor eu compro”, diz a aposentada Maria Guzzo Monjardim, de 73 anos.

O auxiliar administrativo Luiz Carlos Alberto, 59, também se aproveita dessa expansão para barganhar o melhor preço. “Isso me ajuda porque você tem uma diversidade e opções de procurar uma mais em conta. A gente tem uma diferença de preço nessas farmácias de uns R$ 10, até R$ 15… Vale a pena dependendo da quantidade que a gente for comprar também”.

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