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Recordista mundial da maratona, queniano Kipchoge diz que já mira nova marca

O queniano Eliud Kipchoge entrou para a história do esporte no domingo ao bater o recorde mundial da maratona. Ele percorreu os 42.195 metros da prova em Berlim com o tempo de 2h01min39. O atleta pode ser comparado a outras lendas do esporte, como Usain Bolt, o maior velocista da história, ou Michael Phelps, maior nadador de todos os tempos. Claro que a quantidade de conquistas é menor, até pelo tipo de competição que disputa.

Mas Kipchoge sabe que tem tudo para ampliar marcas e recordes. Nesta entrevista exclusiva ao Estado, ele conta como foi que conseguiu a façanha e admite ser possível superar a barreira das duas horas na prova.

Você quebrou o recorde mundial da maratona. Ficou surpreso com o tempo que fez?
Eu me senti ótimo, mas realmente fiquei surpreso ao chegar em 2h01min39. Sabia que tinha chance de bater eventualmente o recorde mundial, mas não imaginava que seria tão rápido assim.

É a realização de um sonho?
Com certeza. Esperava bater o recorde, mas não imaginava que o cronômetro chegasse nas duas horas e um minuto. Eu apenas esperava poder correr abaixo de 2h02min57s, que era a antiga marca da prova.

Uma de suas características é estar sempre sorrindo, mesmo correndo sob pressão e fazendo esforço. Como consegue isso?
Maratona é a minha vida. E se você realmente quer ser feliz, então tem de aproveitar a vida. É por isso que sorrio, porque gosto de correr a maratona.

Qual foi a sua estratégia para a Maratona de Berlim?
Tinha um plano simples: manter um ritmo alto e correr a primeira metade entre 61 minutos e 61 minutos e 15 segundos (correu em 61min06). Fiz isso.

Todo maratonista sonha em derrubar a mítica barreira das duas horas na prova. Seu tempo ainda está acima disso. Acha que um dia vai conseguir o feito?
Não existe uma ciência de foguetes para quebrar essa barreira. Você simplesmente tem de acreditar que pode e necessita de um grande time que acha que seja possível. É preciso ter calçados perfeitos e também você precisa ser mais forte do que qualquer outro corredor. Então tudo é possível.

No ano passado existia uma grande expectativa de que você pudesse bater o recorde nessa prova, mas não deu. Dá para comparar com a edição deste ano?
Há tempos venho gostando da Maratona de Berlim, mas no ano passado o tempo na cidade estava ruim. Este ano o clima foi ótimo. Tanto que é meu lugar favorito para correr, pois é plano e uma prova rápida.

Como foi a reação do público ao acompanhar você na disputa?
As pessoas foram incríveis. Sem os torcedores aplaudindo, teria sido muito mais difícil no final. O apoio era como música para os meus ouvidos.

Logo no início você deixou os rivais para atrás, imprimindo um ritmo forte. Esperava isso?
Eu não pensava nos meus concorrentes, a única coisa em que me concentrava era no ritmo que queria correr. Estava sozinho nos últimos 17 quilômetros, mas não pensei sobre isso. Meu foco era que tinha de manter as passadas até o último quilômetro da corrida.
Durante a maratona, em que momento se deu conta de que poderia bater o recorde mundial?
Eu tinha certeza de que seria capaz de fazer um novo recorde depois de 30 quilômetros de prova.

Muito se comenta do tênis que foi desenvolvido com sua ajuda. Isso contribuiu para você ser mais rápido ainda?
Na verdade, o calçado serve para todos os corredores, não só para mim. Testei e a Nike aceitou meu feedback. Contribuí para fazer um tênis mais rápido do que qualquer outro já idealizado. Mas ainda é o atleta que tem de correr rápido.

Quais são as características que um corredor precisa ter para disputar uma maratona?
Treinamento estável e consistente, paixão e autodisciplina, que é manter o foco e viver uma vida simples.

Você acha que pode correr mais rápido ainda?
Nenhum humano é limitado. Tudo é possível, e os recordes estão aí para serem quebrados.

Você ganhou a medalha de ouro olímpica nos Jogos do Rio. Agora quebrou o recorde mundial da maratona mundial. Quais são seus próximos passos?
Meus planos são um pedaço de papel em branco. Normalmente passo por um objetivo de cada vez. O plano era correr em Berlim. Vou dedicar um tempo para me recuperar do desgaste. Tenho família, então quero passar um tempo com eles. Também gosto de ler. Isso é o que me mantém feliz quando estou em recuperação.

Você vai disputar os Jogos Olímpicos em Tóquio, em 2020?
Continuarei correndo e tentando ser bem-sucedido. Nunca pensei em me aposentar.

Paulo Favero
Estadao Conteudo
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