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Recorde, mas endividada: preço do café não cobre custos da produção de 13 milhões de sacas

Foto: Divulgação
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A produção de café no Espírito Santo bateu o recorde em 2018, registrando uma safra de 13 milhões de sacas, 500 mil a mais do que o maior registro anterior. O fato deveria ser motivo de muita comemoração para os produtores capixabas, porém o preço de marcado do grão caiu. O preço do café conilon, cujo Espírito Santo é o maior produtor do Brasil, respondendo por mais de 63% da produção nacional em 2018, caiu cerca da 15,5%, deixando muitos produtores no prejuízo.

“Estamos diante de uma safra recorde de café, com 13 milhões de sacas: 9 milhões do café conilon e 4 milhões do café arábica. Seria a ocasião de compensarmos o prejuízo. Aí vem um preço vigente em mercado que não cobre os custos de produção. Olha que sinuca!”, afirma o presidente da Federação da Agricultura do Espírito Santo, Júlio Rocha.

Ele cita o preço do dólar e a falta de unidade no segmento empreendedor brasileiro do ramo como principais responsáveis pela falta de lucratividade. “Os insumos, principalmente adubo, que importamos mais do que 80% do que precisamos, são cotados em dólar. Quando o dólar sobe, ele sobe. Quando o dólar abaixa ele fica onde ele estava. Então ele não desce, só sobe. Isso vai apertando cada vez mais a margem do produtor. Ademais o achatamento da cotação do dólar para aqueles que exportam é negativa (…) Além do atravessador, que não tem risco nenhum e ganha, nós temos a concorrência dentro do próprio segmento empreendedor. Quando chega na hora de discutirmos uma provável importação de café conilon, algumas cooperativas são favoráveis, pois isso ajuda a derrubar o preço do conilon internamente”, explica Júlio Rocha.

Renegociação
Para o presidente da Faes, um dos grandes problemas que impede que os produtores capixabas saiam do endividamento é a renegociação das dívidas. Atualmente, o Banco do Brasil, principal operador de crédito rural, renegocia as dívidas com um prazo máximo de cinco anos. Segundo Rocha, esse prazo é impossível para os produtores que vêm de prejuízos causados pelas variações climáticas dos últimos anos.

“É absolutamente inexequível o produtor honrar esse compromisso (prazo de 5 anos para pagar dívidas). Porque o produtor vem de uma enchente avassaladora no final de 2013, e 2014, 2015, 2016 e 2017, com quatro secas seguidas. Então está totalmente descapitalizado. Alguns que estão conseguindo honrar os compromissos o fazem mediante diminuição de patrimônio. Todas as medidas que aconteceram para a renegociação são paliativos”, destacou Júlio Rocha.

E justificou: “Não queremos anistia. É preciso deixar de executar políticas paliativas e montar um projeto definitivo. Esse projeto (de renegociação) tinha que começar com um prazo de 10 anos acima. Esse é o principal fator. Para isso, é preciso é o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central darem uma sinalização verde para dar um amparo financeiro que os bancos precisam para cumprir o ônus que eles terão com essa renegociação definitiva”, colocando também que uma política sólida de seguros agrícolas é essencial para os produtores.

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Comentários
  1. O produtor de café no estado está completamente individado , além dos 4 anos de seca ,o preço do adubo saio de 78 a 80 reais pra 110 reais uma saca de 50 kilos , hoje vende uma saca de 60 kilos de café conilon e consegue compra pouco mais de 2 sacos de adubos ,isso é insustentável espero que o governo de uma olhada para o setor que esta a beira do coas.

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