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Quase 900 homicídios registrados no Espírito Santo no primeiro semestre deste ano

Karen Manzoli
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mortesO Espírito Santo registrou, no primeiro semestre deste ano, quase a totalidade de homicídios registrados em 2016. Segundo os dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública (SESP), até junho deste ano chegou a 881, enquanto em todo ano passado foram 1181 mortes. O número representa um aumento de 46% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, que foi 603.

Considerando apenas municípios da Grande Vitória que aparecem em todos os meses do 1º semestre de 2017 com pelo menos um registro (Serra, Cariacica, Vila Velha, Vitória e Guarapari), os números chegam a 484 homicídios, com uma média de 80,6 crimes por mês. Isso faz perceber que infelizmente, a crise de segurança pública não foi um fato isolado de fevereiro de 2017, uma vez que os 373 crimes ocorridos no mesmo período do ano passado também geram uma média alta de 60,16.

Na avaliação do secretário de Segurança, André Garcia, o ano é atípico. Ele ressaltou que nos anos anteriores o estado capixaba vinha comemorando reduções e saída do ranking dos dez estados com maiores índices de assassinatos. E que, desde junho os números indicam que a situação está voltando à normalidade.

“Estamos em um ano atípico, em função do que aconteceu em fevereiro, quando foram quase 23 dias sem o serviço do policiamento ostensivo (paralisação da Policia Militar do ES). Esse resultado está contaminado pela questão da PMES. Nós fechamos o ano passado com as taxas de homicídio muito abaixo da media histórica do próprio estado, que foi metade da taxa de 2009. O estado, nos últimos anos, vinha num processo muito interessante de redução, e em reunião de monitoramento  do primeiro semestre os policiais avaliaram que a situação está voltando a normalidade”, afirmou Garcia.

graficos homicidios primeiro semestre 207

O presidente da Associação Geral dos Militares (AGEM-PMBM), Maxson Luiz da Conceição aponta dois possíveis motivos, além da crise na segurança pública ocorrida no mês de fevereiro: o desencarceramentos dos criminosos e a desvalorização dos profissionais. “A justiça hoje, em decorrência de lei penal, solta pessoas que foram presas em flagrante delito. Outra coisa é que, a PM se sente desestimulada pelo governo  por conta das condições de trabalho e remuneração”, afirma.

A última estimativa realizada pelo IBGE, em março de 2017, apontou que a população do Espírito Santo estaria em torno dos quatro milhões de habitantes. Os últimos concursos para Policiais Militares e Policiais Civis no Espírito Santo foram realizados em 2013.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado Espírito Santo (Sindipol), Jorge Emílio Leal, afirma que o efetivo de policiais também está muito inferior ao necessário para atender a população do Estado. “Nos últimos anos, a população do Espírito Santo cresceu muito. Para se ter uma ideia, o quadro de profissionais ainda é o mesmo da década de 90. Hoje em dia nós estamos com 2.241 policiais. Quer dizer, a população mais que dobrou, e o nosso efetivo diminuiu. E não temos concurso público”, ele lamenta.

Interior
O município de Linhares, maior cidade da região norte do estado, também registrou alto índice de ocorrências no ano de 2017, totalizando 51 homicídios. Em comparação, a maior cidade da região sul do Estado, Cachoeiro de Itapemirim registrou um total de 11 crimes contra a vida durante o mesmo período.

homicidio_parque_moscoso_leonardo_sa__34_-103602Fevereiro é destaque
Os dados apurados mostraram também que os meses de fevereiro e junho são, respectivamente, os mais e menos violentos na comparação de um ano para o outro.  De acordo com o secretário André Garcia, esse aumento é tradicional, embora a paralisação da PMES neste ano tenha prejudicado mais.

Se em fevereiro do ano passado foram 120 mortes, este ano esse número quase dobrou: 228. “Fevereiro é tradicionalmente assim por conta de festas, carnaval, maior circulação de pessoas em período de férias. Mesmo assim, e comparando ano passado com esse ano, 2017 foi o pior”, reconheceu o secretário André Garcia.

Os dados apurados mostraram também que os meses de fevereiro e junho são, respectivamente, os mais, e menos violentos na comparação de um ano para o outro. E que o número de homens mortos é muito superior ao de mulheres. Em fevereiro do ano passado foram assassinadas 11 mulheres e neste ano foram 17, enquanto a de homens passou de 109 para 211 homicídios. Mas chama atenção que os meses com maiores índices de mortes de mulheres são fevereiro e março, sendo o segundo o mês em celebração ao Dia Internacional da Mulher: 17 em cada um eles.

De acordo com o titular da Sesp, as características de crimes contra mulheres são bastantes diferentes dos homens, e já caracterizado como feminicidio, cujo autor são, normalmente,  pessoas próprias. “Do ponto de vista do enfrentamento, estamos focando em prevenção, com a patrulha Maria da Penha, um grupo reflexivo da PM trabalha o agressor no projeto “Homem que é homem”, entre outros. Criei, em 2010, a DHPM, administramos a casa abrigo para mulheres de vítimas de violência, e a gerência de proteção da mulher coordena as políticas de prevenção”, enumerou.

graficos homicidios de mulheres

 

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