Os projetos que aí estão podem ser políticos, mas nem todos são de um grupo. Os rachas partidários, comuns em épocas de eleições – e ainda mais constantes nos últimos tempos -, geralmente têm um viés bem particular: o confronto entre o interesse pessoal e o do grupo.
No início do ano, o PT, em uníssono, declarou apoio a Renato Casagrande (PSB). Com a preposta candidatura de Paulo Hartung (PMDB), o partido se dividiu. Do lado socialista ficaram Alexandre Passos, Ana Rita, Iriny Lopes e Perly Cipriano. Do outro, toda a bancada do PT na Assembleia, liderada por João Coser, o presidente do partido, que tem com Hartung um relacionamento bem mais próximo do que com Casagrande.
O PDT também rachou ao se deparar com a candidatura e Hartung pelo caminho. Apoiado pelo peemedebista em eleições e franco-candidato a prefeito da Serra – administrada por Audifax Barcelos (PSB), aliado de primeira hora de Casagrande -, Sérgio Vidigal não pensou duas vezes antes de iniciar o namoro com o PMDB. Ele tem seus motivos, claramente expostos. Levou consigo o deputado estadual Euclério Sampaio. Aparecida Denadai e Luiz Durão são uma incógnita. Do lado socialista estão o deputado Josias da Vitória e o secretário de Estado Iranilson Casado.
Os tucanos, sempre divididos, também marcham em dois. Uma parte quer ficar ao lado de Casagrande (Luiz Paulo Vellozo Lucas, Rita Camata, Ricardo Santos e Luiz Sérgio Aurich incluídos): avaliam que, para o partido, é melhor uma união com o socialista, já que é possível garantir um espaço no segundo turno e boa chapa proporcional, além da vaga do Senado.
Outra parte tucana quer a candidatura própria (Guerino Balestrassi e César Colnago, principalmente.) Mas, a essa segunda parte, também serve o apoio a Hartung: Colnago e Guerino são amigos pessoais do ex-governador. Luiz Paulo, também, e embora tenha recebido o apoio de Hartung, dois anos atrás, na disputa pela prefeitura de Vitória, ainda guarda ressentimentos de outras campanhas.
Enquanto os projetos pessoais continuarem interferindo nas decisões de grupo, estas continuarão sendo tomadas de forma equivocada para o futuro da política.
