Neste fim de semana a Praia de Itaoca, no litoral de Itapemirim, será palco de uma prova de triathlon um pouco diferente. Na provaas distâncias não são as mesmas das tradicionais (sprint e olímpica) e o objetivo da realização não é somente a atividade esportiva, mas a atitude beneficente. É que o Triathlon Apaches, que será realizado neste domingo (2), vai arrecadar fundos para a construção da sede da Associação de Pais de Autistas de Cachoeiro e do Sul do ES (Apaches).
Além disso, as distâncias que serão disputadas nas provas não são os tradicionais 750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida do triatlon sprint e nem o dobro dessas distâncias, que compõem o triathlon olímpico. As distâncias são 1,6 km de natação, 60 km de ciclismo e 12 km de corrida o que, segundo o médico cardiologista Marlus Thompson, que também é triatleta amador, presidente da Apaches e organizador do evento, faz parte da identidade do mesmo.
“A ideia de uma distância diferenciada foi criar uma identidade própria do evento. Apesar da excelente parceria com a Federação Estadual de Triathlon (Fecatri) e do grande apoio de seu presidente, Marcio Moreira, o Triathlon Apaches escolheu uma distância diferente das habituais. Temos a finalidade beneficente em prol da Apaches, fazendo uma ligação do esporte com a nossa responsabilidade social”, explicou.
Difusão
De acordo com Richard Soares, diretor técnico da prova, a competição tem por objetivo além de patrocinar uma causa justa, fomentar a prática do triathlon em novas regiões do Espírito Santo. “Nosso litoral é imenso e há diversas áreas propícias à prática do triathlon. Itaoca reúne todas as condições para isso, com um mar totalmente flat (liso) e abrigado de ondas, rodovia com um asfalto de ótima qualidade para o ciclismo e a corrida”.
A natação será na praia de Itaoca e o pedal sairá da praça da praia de Itaoca em direção a Marataízes. De acordo com Erik Coser, responsável pelo site AllTriNews, especializado no triathlon “o ponto alto da prova será a passagem dos atletas pelo píer de Itaoca”. “Uma chance inédita no triathlon brasileiro, pois até agora, não temos notícias de ver uma cena dessas em território brasileiro. Com certeza spot único, bem no estilo de provas gringas”, define.
A prova dará premiação em dinheiro para os melhores atletas e será concedido um bônus de R$100 para cada atleta que for o primeiro a terminar cada modalidade do triathlon. “Ou seja, quem for o nadador mais rápido receberá R$100 e o mesmo para o ciclismo e a corrida”, explicou o organizador.
Pai de autista
O organizador do Triathlon Apaches, Marlus Thompson, é pai de Bruno, que é autista e possui algumas dificuldades relacionadas às suas necessidades especiais. Thompson viu a necessidade ajudar os pais de autistas na cidade de Itaoca e, assim, está projetando a construção de uma casa de apoio para as famílias.
Uma forma de fazer isso foi aliar o triathlon, novo esporte que Thompson começou a praticar e que também modificou a sua forma de encarar a vida.
O Esporte modificou tanto a vida do médico que ele pensou em estimular o seu filho autista, Bruno, de 15 anos, a entrar no esporte. Ele já, inclusive, escreveu o filho em uma prova.
“Como eu gostaria de voltar a ter essa simplicidade e pureza de coração… Não sei, acho que dificilmente conseguirei isso, mas com Bruno eu aprendi que a vida pode sim ser mais simples e não menos feliz”.
