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Projeto na Ufes acolhe e dá apoio a pessoas trans

ivana01Apesar de a sociedade, a cada ano, se classificar como mais “aberta” e democrática, há temas que insistem em ser escondidos e marginalizados. E as pessoas, em muitas vezes, ignoradas e desrespeitadas.
A novela “A força do querer”, no horário nobre da Rede Globo está trazendo a diversidade sexual e de gênero à discussão. No drama, a jovem Ivana não se enxerga como é: uma bela moça. Apesar de, na trama, ela não estar interessada em outra mulher, vive o estranhamento de não conseguir se relacionar amorosamente com qualquer outra pessoa.

O tema ganha força, sobretudo, por conta da discriminação e a exclusão social, que ainda são uma realidade entre travestis e homens e mulheres transexuais. A doutora Andrea Nascimento, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), idealizou o Grupo de Acolhimento para Pessoas Transexuais e Travestis na universidade juntamente com o mestrando Gustavo Tássis. Trata-se de um projeto de extensão que funciona desde abril deste ano com encontros quinzenais no período noturno. Além da professora e Tássis, o grupo conta com quatro estagiários e tem a capacidade de atendimento de 12 vagas, todas preenchidas. A previsão é que os encontros com este primeiro grupo se estendam durante um ano até a abertura de novas vagas.

“É um projeto antigo que tem sido pensado há muitas mãos e resolvemos encarar. É um grupo de apoio psicológico específico para elas e eles. E as demandas são específicas a partir do momento que sofrem preconceito social por serem mulheres e homens trans e travestis”, disse a professora.

Andrea Nascimento explicou a proposta do grupo: “Para que pessoas possam falar as experiências delas, trazer suas demandas, assuntos pessoais, de forma a propiciar um momento de interação, acolhimento da diversidade, sem julgamentos. Usamos a abordagem da Gestalt Terapia, que é humanística, na qual o ser humano é o que me interessa. Não tenho nenhuma teoria sobre ela e não vou interpretar o passado”.

Sonhos e esperança
Inicialmente o grupo era restrito aos estudantes transgêneros da Ufes, mas passou a ser aberto à comunidade externa. De acordo com a professora, isso trouxe uma nova perspectiva para a vida de transsexuais e travestis que não frequentam a Universidade. “A comunidade externa, que nunca entrou na universidade, está enxergando a possibilidade de estudo como perspectiva de futuro. As pessoas costumam olhar para as travestis e mulheres e homens trans como algo fora da nossa realidade. Mas eles têm os mesmos sonhos, desejos e esperança”, analisou Andrea Nascimento, frisando que o público alvo do programa é de pessoas acima de 18 anos.

hucamSeis cirurgias transexuais em 2017
O Ambulatório de Diversidade de Gênero do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), que é o único no Espírito Santo que realiza a cirurgia de mudança de sexo pelo SUS, acompanha atualmente 70 pessoas entre mulheres trans e homens trans. Grande parte deles não tem a intenção ou têm dúvidas quanto à realização da cirurgia transsexual que, no caso do Hucam, só é realizada a retirada do pênis e implantação da neovagina. Este ano, nenhuma cirurgia foi realizada. Mas a previsão é de que seis seja feitas em 2017, a partir do mês de junho.

“Em 2016 fizemos cinco e em 2015 fizemos oito. A partir de 2015 começamos a formar nossa equipe multidisciplinar e atualmente temos a entrada de 10 pacientes por mês no ambulatório”, disse a doutora Léia Brotto, Chefe da divisão de gestão do Cuidado do Ambulatório de Diversidade de Gênero do Hucam.

No ambulatório acontecem reuniões de acolhimento e dispõe de uma equipe multidisciplinar que inclui urologista, endocrinologista, psiquiatra, ginecologista, infectologista, cirurgião plástico, enfermeiro, psicólogo, assistente social e fonoaudiólogo. Cada usuário dos serviços é acompanhado em suas dimensões psíquica, social e médica-biológica.

“Primeiro acontece a consulta com assistente social e a psicólogo e, a partir desse primeiro contato, avalia-se a necessidade de acompanhamento com endocrinologista. Algumas estão satisfeitas do jeito que estão, querem o corpo feminino, mas têm dúvidas quanto à retirada do pênis. Então vamos trabalhando junto com a psicóloga para que elas se encontrem enquanto pessoas. O importante é que se sintam bem, e se estão bem com o corpo que tem é trabalhar a parte psicológica”, explicou a doutora Léia.

As pessoas que desejam a cirurgia têm um acompanhamento mais extenso. Para operar é preciso ter um acompanhamento de dois anos filiada ao programa e ter 21 anos. “Com relação aos homens trans a cirurgia que mais é requisitada é a retirada de mamas. Mas aqui não fazemos”, finalizou a médica.

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Comentários
  1. Meu nome na verdade é Tiago e eu venho procurando mudar também o meu nome através de defensor público e eu tenho muita vontade também de fazer minha mudança de sexo eu sou travesti e hoje atualmente Eu tenho 20 anos tenho esperança de um dia conseguir realizar os meus sonhos também a mudança de sexo e a retirada do pênis e e eu gostaria muito de participar deste grupo para mim poder ganhar uma vaga

  2. Bom. Que coincidência meu nome também é AGATHA
    Eu sofro muito como todas as pessoas que passam pela mesma situação no mundo.
    Como todas, só gostaria de ser quem eu me identifico…
    Mas que bom!
    DEUS envia ANJOS DELE para os nessesitado e menosprezado aqui na terra !!!
    Muito obrigada!

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