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Professores querem valorização e reconhecimento profissional

Jheniffer Sodré – [email protected]

O Brasil parece ter pouco a comemorar no dia 15 de outubro, Dia dos Professores, já que ocupa a penúltima posição em um ranking que mediu o respeito aos profissionais do país. A pesquisa inédita foi realizada pela fundação internacional Varkey Gems e abrangeu 21 países do mundo como Brasil, China, Egito, Estados Unidos, França, República Tcheca e Finlândia.
O estudo ouviu mil entrevistados em cada país, e constatou que Israel e Brasil possuem os piores níveis de valorização de seus professores. De acordo com os resultados do ranking, Grécia, Egito, Turquia, Coreia do Sul e China respeitam mais seus professores, se comparados aos demais países anglo-saxões e europeus participantes da pesquisa.
Além do quesito valorização, o estudo abrangeu temas como a percepção de recompensa recebida pelo profissional, o controle e a organização do setor de ensino, o gasto público em educação, entre outros assuntos. O Brasil é o país com a menor nota no Programa Internacional de Avaliação de Alunos, entre os participantes da pesquisa, e também o que apresenta a segunda menor média salarial, com cerca de R$ 40 mil anuais.
Sobre o salário dos educadores, os entrevistados de 95% dos países analisados acreditam que os professores deveriam ganhar mais do que a quantia que já recebem por mês. No Brasil, menos de 20% dos entrevistados responderam que encorajariam seus filhos a serem professores; na Coreia do Sul a porcentagem ultrapassa os 40%.
A professora de História, Marisa Barros, atua há dez anos como educadora da rede pública e particular, e não esconde a insatisfação com a falta da valorização profissional. ?A sociedade precisa ver o professor como aquele que pode conduzir os alunos para o sucesso profissional, e como uma figura indispensável para o processo de aprendizagem?.
Valores familiares e salários
Além da falta de respeito, ela cita a perda dos valores familiares como um problema na educação: ?quando a família se distância, ela deixa toda a responsabilidade pela formação do aluno para o professor; e não dá para nós sermos responsáveis por tudo?. Marisa lembra que para ser um bom professor é preciso gostar do que faz e acreditar no papel da educação, pois é ela que tem o poder de transformar o indivíduo.
?Apesar de toda a questão salarial e das dificuldades da profissão, é preciso ter prazer em passar o conhecimento e ensinar. Não tem jeito, para ser um professor de sucesso tem que gostar?.
O professor de Filosofia Filício Mulinari, 25, ministra aulas na rede estadual e também reclama da falta de valorização. ?O educador é um agente importante na disseminação da informação, e para que ele desempenhe bem sua função é preciso estar motivado; é preciso de um bom salário e um plano de carreira, por exemplo?.
Mulinari também lembra que devido aos baixos salários, os professores acabam trabalhando triplicando, e cansados: três escolas diferentes, nos três turnos. ?É péssimo ter que trabalhar de manhã, de tarde e de noite, e não é por ganância, e sim para ter uma renda melhor?.

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