Por Milena Mangabeira
Após 37 dias de braços cruzados, os professores da rede estadual de ensino suspenderam a greve nesta quarta-feira (21). A decisão foi acordada em assembleia realizada na Sede do Sindicato dos Bancários, no Centro de Vitória.
Apesar de encerrarem a greve, os professores seguem em estado de alerta, podendo deflagrar nova paralisação a qualquer momento. O Governo do Estado decretou que os professores retornassem às salas de aula na última segunda-feira (19) e, caso não voltassem, teriam o ponto cortado contando a partir do primeiro dia de greve.
O executivo estadual não atendeu as principais reivindicações da categoria, alegando que em ano de eleição tais atitudes não podem ser tomadas.
Swami Cordeiro Bérgamo, membro da comissão de negociação e comando de greve do Sindiupes, declarou que a categoria vai manter a cobrança junto ao governo para defender as principais pautas levantadas e que não foram atendidas.
“Existem pautas pendentes, mas com a suspensão da greve podemos ter um tempo para a retomada de fôlego e avaliação da construção e fortalecimento do movimento. Apesar de nossa volta à sala de aula, nossas pautas de atividades estarão em andamento. Estamos em estado de greve e alerta para defender as pretensões da categoria”, ressaltou.
Na pauta de reivindicação do magistério estadual estão eleições democráticas para diretor, reformulação de cargos e carreiras, reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Um ponto importante destacado pelo membro da comissão de negociação é a imposição do calendário escolar modificado pela Sedu. Os professores não aceitam o novo calendário e querem o retorno às aulas de acordo com o antigo calendário.
“Hoje (21) haverá uma reunião entre a direção do Sindiupes e a Sedu para rever o calendário proposto e apontar a vontade dos professores de continuar com o antigo. E se for decidido por novo calendário, que seja discutido e escolhido de acordo com a comunidade escolar”, disse o grevista.
Próximas movimentações
Na próxima sexta-feira (23), em Vila Velha, haverá um ato unificado entre os professores estaduais e municipais. A movimentação acontece no dia em que se comemora a Colonização do Solo Espíritos-santense.
De acordo, Bérgamo o protesto será paralelo aos festejos que acontecem todos os anos, onde são promovidos desfiles oficiais e de escolas.