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Prefeituras capixabas convocam população à unidades de saúde para imunizar contra febre amarela

ampolas_febre_amarela-214768Com a confirmação de quase 40 novos casos de febre amarela no Brasil, somente no mês de janeiro deste ano, as prefeituras capixabas acenderam o alerta. Mesmo que o Espírito Santo não faça parte da lista de estados em situação de alerta, os municípios convocam a população que ainda não se vacinou contra a doença que procure as unidades de saúde em busca da imunização.

A Secretaria de Saúde da Serra pede que quem ainda não se vacinou compareça às Unidades Regionais de Saúde. Nelas estão concentradas as doses para que todos os moradores da Serra estejam imunizados. Nas unidades básicas, a rotina de vacinas está mantida. Desde janeiro de 2017 o município oferta a vacina da febre amarela em todos os postos de saúde. Em razão disso, mais de 90% da população está imunizada contra a doença. Por isso, não foi registrado aumento na procura este ano.

As Unidades Regionais são Boa Vista, Serra Dourada, Novo Horizonte, Feu Rosa, Serra-Sede e Jacaraípe. O funcionamento da Sala de Vacina é de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. É importante que a população não deixe o Estado sem ter tomado a vacina contra a febre amarela.

Em Vitória 26 salas de vacina das unidades de saúde atendem de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. A medida foi tomada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) devido à circulação do vírus em estados e países vizinhos.

A orientação da Vigilância Epidemiológica de Vitória é para que todas as pessoas que ainda não se imunizaram procurem uma das salas de vacinação disponíveis no município. São elas: Andorinhas, Ilha das Caieiras, Jardim Camburi, Jardim da Penha, Maruípe, Praia do Suá, República, Resistência, Santa Luiza, Santo André, Santo Antônio, Vitória/Parque Moscoso, Alagoano, São Pedro V, da Penha, do Quadro, Grande Vitória, Consolação, Ilha de Santa Maria, Ilha do Príncipe, Jabour, Jesus de Nazareth, Maria Ortiz, Santa Martha, São Cristóvão e Forte São João.

“O Espírito Santo, desde 2017, é considerado área de recomendação vacinal pelo Ministério da Saúde. Portanto, quem ainda não foi imunizado deve se vacinar na Unidade de Saúde”, alerta a Sesa, por meio de nota. O último caso de febre amarela no Estado foi registrado em julho de 2017. A Secretaria informou ainda que até o momento 3.561.000 doses foram distribuídas e, de acordo com informações enviadas pelos municípios, 3.077.619 pessoas foram imunizadas contra a febre amarela em todo o Estado, o que representa uma cobertura vacinal de 85,71% da população capixaba.

Ciclos do vírus
O coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, explica que todos os casos registrados no Brasil atualmente são do ciclo silvestre da doença, quando o vírus circula na natureza, entre mosquitos que vivem nas copas das árvores, dos gêneros Sabethes e, principalmente, Haemagogus.

“Nas áreas de mata, o mosquito transita o vírus com primatas não humanos. Acidentalmente o homem pode ser infectado quanto adentra esses ciclos e é picado por um mosquito desses que normalmente se alimenta desses macacos. O que vemos hoje no Brasil é esse ciclo silvestre, são pessoas que acidentalmente são infectadas porque adentraram no ciclo silvestre”.

Na febre amarela urbana, sem registros no Brasil desde 1942, os infectados são os humanos e os vetores são os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No mundo, o registro mais recente de grande número de casos de febre amarela urbana ocorreu em Angola, em 2016, quando morreram mais de 350 pessoas.

Segundo Rivaldo Venâncio, por causa da proximidade de algumas cidades com regiões de Mata Atlântica, com zonas de floresta, há risco de reintrodução do vírus da febre amarela em áreas urbanas. O especialista explica que os macacos não transmitem a doença e que são aliados na detecção da circulação do vírus porque servem de alerta.

“Os macacos que adoecem infectados pelo vírus da febre amarela servem como uma sirene para os epidemiologistas e autoridades sanitárias saberem que naquela região está circulando o vírus. Os macacos são nossos amigos, eles, diretamente, não infectam o ser humano em hipótese alguma. No ciclo urbano também, o humano não transmite diretamente para outro, é necessário o mosquito transmissor”.

Surtos
Segundo Venâncio, surtos de febre amarela costumam se repetir a cada oito ou dez anos e uma das hipóteses é que os ciclos estejam relacionadas a mudanças no meio ambiente. “Alguns pesquisadores apontam a influência da ampliação das fronteiras agrícolas do país, onde passamos a cultivar soja e outras coisas, por exemplo, em Tocantins e no interior do Nordeste, Centro-Oeste, que estaria forçando a movimentação dos primatas e com eles os mosquitos que deles se alimentam. Outros falam que, para além da ampliação da fronteira agrícola, o uso do maquinário, presença humana e uso de agrotóxicos também estaria forçando essa movimentação. Outros pesquisadores falam nas alterações climáticas, dentre as quais uma certa mudança no padrão das chuvas e de elevação de temperaturas, o chamado aquecimento global”, lista.

Segundo o coordenador da Fiocruz, pesquisas também investigam a ligação entre o avanço atual da febre amarela no país e o rompimento Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em novembro de 2015, em Mariana (MG), que liberou cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeito no Rio Doce.

Sintomas e transmissão
Causada por vírus e transmitida por vetores, a febre amarela é uma doença infecciosa grave. Os sintomas aparecem de forma repentina, com febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Na forma mais grave da doença pode ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), hemorragia e cansaço intenso.

De acordo com a OMS, há registros da doença em 47 países das Américas do Sul e Central e da África. A transmissão é feita por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Em áreas florestais, o vetor é principalmente o mosquito Haemagogus e no meio urbano a febre amarela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.

Ao ser picada por um mosquito infectado e contrair o vírus, a pessoa pode se tornar fonte de infecção em locais com a presença dos mosquitos vetores, já que a doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra. O vírus da febre amarela também atinge outros vertebrados, como macacos, que podem desenvolver a forma silvestre da doença sem apresentar sintomas, mas com carga viral suficiente para infectar mosquitos. (Com informações da Agência Brasil)

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