Embora, por circunstâncias naturais todo jornalista seja um indivíduo beligerante, pronto para lutar por uma boa causa, sei que fujo à regra do chamado jornalismo informativo ou “social” da imprensa brasileira, porque não é fácil carregar nas veias uma tradição espanhola de mais de mil anos e ficar acocorado num canto com medo da trovoada que se forma nas nuvens às nossas cabeças.
Confesso, sei que vai acontecer um trauma social muito grande, para abalar os alicerces do Brasil. A greve dos caminhoneiros foi um exemplo de força traumática por que passou o país, seu povo. Merecem condenação os caminhoneiros? Nem pensar! Quem merece condenação é a classe política, perdulária e ladrona, que se tornou insaciável, pantagruélica, no seu “confronto com os cofres públicos”. Dizer que tudo se resolve na base do voto, da democracia! Com essa gente que está ai? Com essa justiça assombrosa, de Gilmar Mendes soltando os mais corruptos presos pela Polícia Federal? É com esse tipo de se fazer justiça que estaremos à salvo dessa impressionante e voraz classe dirigente?
Com Forças Armadas ou sem Forças Armadas o Brasil vai ter que tomar um jeito, não pode continuar ao sabor dos mais vis espetáculos de corrupção, e apenas um líder na magistratura, o juiz federal Sérgio Moro, único confiável, para colocar um exército de corruptos na cadeia e vê-los soltos, da noite para o dia.
Um general, de Exército, falando sobre eleições, a participação dos corruptos no pleito próximo, afirmou que nenhum político com mandato hoje pode concorrer á nova eleição, porque foi eleito à base de corrupção, de recursos originários de fraude. Os assaltos praticados contra a Petrobras, os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, Eletrobras, sei lá o que mais, tudo isso nos envergonha, nos humilha. Não vou sair mais do Brasil, me envergonhar lá fora, por culpa dessa gente que arrota uma empáfia descomunal, como se a sociedade brasileira fosse composta de imbecis, idiotas. Quando vejo escrito, levantamento feito pelo Tribunal de Contas do meu Estado, informando que os vereadores dos 72 municípios devoram de salários R$234,6 milhões por ano, fico imaginando: que tipo de serviço esses desocupados prestam? Por que os serviços públicos brasileiros possuem mais de 60% de “servidores” a mais do que o necessário?
Como a nação vai continuar suportando os desmandos da corrupção, em todos os órgãos, a brutal folha de pagamento dez vezes ou mais superiores do que as dá iniciativa privada?
As Forças Armadas não são criadas para desrespeitar as constituições dos países, mas elas não podem ser defensoras das classes dirigentes mais ordinários e mais corruptas do mundo.