A polícia civil conseguiu recuperar parte dos materiais oriundos dos arrombamentos a uma loja de eletrodomésticos em Vila Velha e Serra. Os produtos foram encontrados em uma boca de fumo, no bairro Jardim Limoeiro, na Serra. Até o momento, oito pessoas foram identificadas por envolvimento nos arrombamentos, mas as identidades não foram informadas para não atrapalhar as investigações.
Outras 37 pessoas também foram autuadas por receptação, algumas delas também comerciantes de eletrodomésticos. Os arrombamentos aconteceram na madrugada da última terça-feira (21), e o material foi recuperado no mesmo dia. Segundo um dos homem identificados, um indivíduo com os vidros do carro quebrados foi até a boca de fumo e ofereceu os materiais em troca de uma grande quantidade de crack. Após isso, ele seguiu rumo a um destino ainda não conhecido pela polícia.
Uma vez trocados, os materiais foram revendidos a terceiros. Um deles foi um celular que a polícia conseguiu rastrear e chegar até o comprador, que indicou o local de compra. No local foram encontrados: um notebook, uma televisão, uma panela elétrica, dois tabletes, duas caixas de som e alguns celulares.
Prejuízos
Segundo o proprietário da loja de eletrodomésticos, Cláudio Sipolatti, nos quatro arrombamentos registrados até o momento, foram contabilizados R$ 80 mil de prejuízo. Ele afirma estar preocupado com a situação de todos os comerciantes, mas que não pretende fechar as portas da loja. A intenção é reabrir em breve. “A nossa rede está trabalhando muito para superar tudo isso e dar tranquilidade aos nossos colaboradores. Acreditamos na continuidade do trabalho.”
Desdobramento
Com o objetivo de alcançar outras pessoas suspeitas de receptação, a policia realizou nesta quarta-feira (22) uma operação em diversas lojas de aparelhos eletrônicos. Ao todo foram 15 comércios fiscalizados, sendo 14 em Vila Velha e uma em Cariacica.
Em apenas um dos estabelecimentos, localizado no bairro Santos Dumont, em Vila Velha, foram encontradas mercadorias de origem duvidosas, entre eles centenas de celulares, alguns desmontados ou com algumas peças retiradas, possivelmente para a reposição de outros aparelhos.
Segundo o delegado Henrique Vidigal, titular da Delegacia Especializada de Segurança Patrimonial, provavelmente esse produtos seriam todos roubados. “Não há nenhuma comprovação. Não tem nota fiscal de entrada, não tem ordem de serviço de entrada e por isso são de origem duvidosa”.
O chefe da polícia civil, delegado Guilherme Daré, alerta sobre os riscos da receptação para a sociedade capixaba. Segundo ele, esse crime é o mais grave no momento. A compra de produtos roubados pode fomentar o roubo, o furto qualificado e a morte de algumas pessoas pelos crimes de latrocínio e homicídio.
“Peço encarecidamente que as pessoas não tenham esse costume de fomentar o crime de receptação, porque ele também fomenta o crime de furto qualificado e roubo. Através do receptador, o indivíduo que pratica roubo é motivado a praticar mais e mais crimes pra poder vender estes objetos roubados”.
