A polícia divulgou nesta segunda-feira (26) a conclusão do inquérito do latrocínio ocorrido no fim do ano passado em um ônibus da Viação Real, em Cachoeiro de Itapemirim. De acordo com Guilherme Eugênio, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida do município, os dois tiros que atingiram uma das passageiras – que estava grávida – não foram disparados pelo policial que estava no coletivo e reagiu ao assalto.
“A perícia constatou que a bala que estava alojada na cabeça da vítima não era de uma pistola, arma que o policial portava no momento da ocorrência”, explicou o delegado, ressaltando que foi necessário esperar o fim do trabalho da perícia para poder esclarecer o autor dos disparos.
Eugênio explicou ainda a dinâmica do que ocorreu dentro do ônibus. “Os dois assaltantes se posicionaram à frente e na parte de trás do coletivo. O que estava na frente – Paulo Henrique Silva Adão – admitiu ter atirado seis vezes contra o policial, duas delas de fora do ônibus”, ressaltou.
Já Maycon Ponciano, o segundo acusado, negou ter efetuado qualquer disparo durante o assalto, fato que, segundo o delegado, não é possível. “A perícia informou que foram utilizadas três armas durante a ocorrência. Além disso, a passageira foi baleada pelas costas, e só o policial e o Maycon estavam atrás da vítima”, relatou.
Relembre o caso
Uma grávida morreu e um policial civil ficou ferido depois de um tiroteio ocorrido dentro de um ônibus no dia 20 de dezembro. Segundo informações da polícia, foram disparados pelo menos 19 tiros no interior do coletivo.
O coletivo vinha de Muniz Freire. De acordo com a PM, o policial civil embarcou no distrito de Pacotuba, zona rural de Cachoeiro. No bairro BNH, os dois criminosos também embarcaram e, na altura do bairro São Francisco de Assis, os suspeitos armados anunciaram o assalto. Foi quando o policial civil reagiu e os criminosos começaram a atirar.
O policial foi atingido com dois tiros, na barriga e no braço. A grávida foi atingida na cabeça e levada para a Santa Casa de Cachoeiro, mas morreu durante o atendimento.
Após o trabalho da inteligência da Polícia Civil de Cachoeiro, com o apoio da DCCV de Guarapari e da Polícia Militar de Piúma, os dois suspeitos foram encontrados, ambos em Piúma. Paulo Henrique foi preso no dia 30 de dezembro de 2017 e Maycon no dia 8 de janeiro. O primeiro aguarda julgamento no presídio de Cachoeiro e o segundo, que nega ter atirado contra a vítima, em um presídio na Serra.
