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“Poesia de Busão”: jovens se unem para espalhar cultura nos coletivos da GV

rodapé_whatsappQuente, lotado, atrasado, são características bem comuns aos coletivos que circulam pela Grande Vitória. Mas ainda há uma particularidade pouco conhecida, que vem encantando a alguns passageiros: o ônibus poético. Tudo realizado por um grupo que se motiva apenas por elogios.

O coletivo “Poesia de Busão” nasceu pela inspiração de Paulo Tadeu Queiroz, amigo de membros da Banda Homem Lunar, que através da música levava um pouco de cultura para os ônibus. Em janeiro de 2015, Paulo teve a ideia de levar também a poesia para dentro do transporte público.

Integrante do projeto "Poesia de BUsão", durante apresentação - Foto: Rita Benezath
Integrante do projeto “Poesia de Busão”, durante apresentação – Foto: Rita Benezath

O principal objetivo era levar arte e cultura até as pessoas, que na maior parte do tempo não têm acesso a ela. São trabalhadores, estudantes, vendedores ambulantes entre outros usuários do “busão”, que possuem a chance de ter uma viagem um pouco mais agradável com palavras de motivação e resistência.

O coletivo “Poesia de Busão” é formado por cerca de 20 pessoas. Geralmente, o trabalho é realizado em duplas, que levam música e poesia não só nos ônibus quando os passageiros menos esperam, mas também participam de eventos, quando são convidados.

É comum ao fim das apresentações o grupo convidar as pessoas para retribuírem o agradecimento pelo trabalho, seja com trocados, sorrisos, elogios, entre outros. A integrante Marina Brunow conta que nessas retribuições são recebidos materiais inusitados, que vão de comida até meias, relógios anéis, etc.

“Na maioria das vezes somos recebidos com muito carinho, pessoas elogiando, mandando mensagens na página, dizendo o quanto nós melhoramos o dia delas. Isso faz com que o trabalho seja gratificante”, conta a integrante.

Para participar do grupo é necessário apenas gostar do trabalho e saber recitar ou cantar, dançar e interagir com o público, além de participar das reuniões quinzenais. Marina afirma que a principal motivação do grupo para continuar o trabalho é a reação positiva do público.

Conheça um dos trabalhos do grupo:

“Lavou a pele com água
E o espírito com banho de erva.
acendeu uma vela pro anjo de guia.
vestiu-se de branco, o seu terço beijou.
Com a mão se benzeu,
apagou a luz, deixou a janela aberta
pra ver se atraia novas energias
do sonho passado não se esquecia
no trabalho feito ele confiou.
A noite estava gostosa
cerveja, sorrisos, samba e gafieira.
só gente elegante, muita brincadeira
ninguém entendeu como a briga começou.
Naquela encruzilhada, depois de três tiros um homem (egun) corria.
na janela aberta o vento soprava.
a vela apagou e o moço foi ao chão.
Preto velho chorava, exu gargalhava e pomba gira bebia
a erezada nada entendia.
faziam vigília naquele portão. (cadê o moço pai João)
Preto velho chorava, exu gargalhava e pomba gira bebia.
e a erezada que nada entendia
a vela apagou e o moço não volta não.”
– Paulo Tadeu (criador do projeto)

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