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Pó preto pode causar má formação de fetos e prejudica saúde do bebê

Gustavo Gouvêa – [email protected]

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As grávidas fornecem os alimentos e tudo o que um bebê em desenvolvimento precisa e os embriões são extremamente sensíveis à poluição do ar, que pode provocar desenvolvimento fetal lento, restrição de crescimento, ganho de peso reduzido e probabilidade elevada de nascimento prematuro, conforme afirma o obstetra Eduardo Borges, especialista em medicina fetal, em artigo. A elevada exposição à poluição também aumenta as chances de problemas cerebrais, respiratórios, digestivos, doenças do coração e diabetes.
O doutor em Ciências Dione da Conceição Miranda, em sua tese “Prevalência da asma e sintomas respiratórios no município de Vitória (ES)”, afirma que o risco de exposição às emissões industriais é maior do que o da emissão por fontes automotivas e que o material particulado aumenta o risco de doenças cardiovasculares, inflamações crônicas pulmonares e redução das funções pulmonares.
O coordenador do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Adauto Emmerich, explicou que recém-nascidos, bebês e crianças têm sistemas imunológicos muito fracos, uma vez que estes sistemas ainda estão em fase de desenvolvimento e por isto a exposição à poluição é tão prejudicial. O ar poluído pode reduzir as capacidades do pulmão, além de poder causar bronquite, asma e morte respiratória em recém-nascidos, lactentes e crianças mais novas.
“O que acontece no Espírito Santo é que a poluição atmosférica é proporcionalmente muito maior do que em São Paulo em função dessas empresas poluidoras, e os agravos na saúde são maiores nas doenças respiratórias. São as crianças as mais vulneráveis porque estão nascendo, ainda estão amadurecendo o sistema respiratório e são submetidas a um ambiente inóspito, sem qualidade do ar. O impacto nelas é maior e o aparelho respiratório só termina de amadurecer com 15 anos”, afirma Emmerich.
Ele destaca ainda que uma das consequências em longo prazo pode ser o desenvolvimento do câncer de pulmão. “Essa exposição pode, comprovadamente, caracterizar doenças respiratórias, atopias (asma, rinite alérgica, dermatite), processos alérgicos… Uma criança com alergia no nariz, com nariz gotejando é um problema respiratório ligado ao ar. Se essa população continua exposta a níveis ainda maiores de poluição, pode gerar processo de desenvolvimento de câncer de pulmão, relacionado à poluição atmosférica. Estamos em um ambiente de vida perigoso”, alerta o médico.
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Não é de hoje que o alerta com relação a bebês, recém nascidos e crianças pequenas é relacionado à emissão do pó preto na Grande Vitória. Mesmo antes da instalação recente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto, a primeira CPI formada para investigar o problema da poluição na Grande Vitória, há quase 20 anos, já mencionava o problema.
Presidida pelo ex-deputado estadual Antário Filho, a CPI da Poluição, cujo relatório final foi apresentado em agosto de 1996, a pneumologista Ana Maria Cassatti alertava para os problemas com recém nascidos e bebês, principalmente relacionados à asma, atrelando o aumento de mortes em decorrência da doença e do aumento de casos de sinusite ao aumento da poluição atmosférica.
“A breve exposição às PM10 provoca a diminuição do fluxo respiratório em crianças de 3% a 6%, aumento do uso de bronco dilatadores em 217%, aumento de 26% nos sintomas das vias aéreas superiores, aumento de 50% dos sintomas das vias aéreas inferiores. Esta é a explicação da incidência elevada de sinusite em Vitória. A cada aumento de 10 microgramas no índice das PM10, há um aumento de 1% na taxa de mortalidade”, afirmou em audiência pública.
Assim como ela mencionava que a poluição atmosférica proveniente da indústria gerava um aumento de contingente dos hospitais e serviços de saúde públicos da Grande Vitória, também o Adauto Emmerich relaciona o problema aos aparelhos públicos.
“O problema de não ter qualidade do ar, de vida, aumenta o custo hospitalar, pois é onde o cidadão vai procurar primeiro. Isso é uma correlação direta com a crise do ar. Com o tempo pode gerar outros agravos, como o câncer. Mas pode ser também problemas respiratórios crônicos, doenças crônicas… É uma realidade nossa”, conclui o doutor.

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