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Pó preto consegue ser mais forte do que quimioterapia contra câncer de pulmão

Gustavo Gouvêa – [email protected]

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Acometido por um câncer de pulmão, o comerciante Anderson Lenk, 53, é morador de Jardim Camburi, em um prédio a poucos metros da orla. Há um ano e meio ele faz quimioterapia, na esperança de regredir e até se curar da doença, mas tem visto seu esforço esvaziado. A baixa imunidade causada pelo processo, aliado ao ambiente inóspito de poluição atmosférica tem comprometido sua recuperação, causando problemas respiratórios.
“Minha respiração é deficitária, sinto pigarro no pulmão. Estou na iminência de me mudar, pois este pó tem sido um empecilho para que eu tenha sucesso em meu tratamento. Não posso viver em um ambiente assim, e ficar 24 horas exposto a este ar. Estou me sacrificando. Onde passe o dedo em minha casa fica sujo de pó preto”, relata o morador.
Pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em agosto de 2014, relacionou o aumento dos casos de câncer de pulmão no mundo à poluição do ar e previu que os 14 milhões de casos de câncer de pulmão no mundo, se tornarão 22 milhões nas próximas duas décadas, em função do tabagismo e do ar cada vez mais poluído.
“Por alguma razão as células relaxam quando lutam para combater as alterações que ocorrem no nível genético, afetam eventos de certas partes do genoma relacionados com tumores. Nossa hipótese é que o ar poluído possui substâncias cancerígenas que podem alterar os efeitos de metilação em células pulmonares”, disse o pesquisador e biólogo molecular José Tubio, do Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge, Inglaterra, a respeito de seu estudo publicado na revista Science.
O coordenador do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Adauto Emmerich, explicou que a recuperação do sistema respiratório é prejudicada em ambiente onde a poluição impera. Ele relata que a relação entre o câncer de pulmão e a respiração é estreita.
“Depende muito de questões genéticas, mas existem correlações. A exposição ao ar poluído por muito tempo pode provocar mutações genéticas que, com o tempo pode gerar agravos, como o câncer. O que acontece é que a poluição no Espírito Santo é proporcionalmente muito maior do que em São Paulo, em função dessas empresas e os agravos na saúde são maiores nas doenças respiratórias”, explicou Emmerich.
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De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) o câncer de pulmão só não mata mais homens do Estado do que as doenças cardiovasculares. Entre as mulheres é o segundo câncer que mais mata, perdendo apenas para o câncer de mama.
Estudo divulgado pela Secretaria Espanhola de Pneumologia Torácica (Separ) em junho de 2014 registrou que a maioria das mulheres que morrem de câncer de pulmão não são fumantes, ao contrário do que acontece com os homens, cujo tabaco ainda é a principal causa de incidência da doença. Elementos emitidos pelas indústrias presentes no ar são a principal causa, entre elas, segundo estudo da Separ.
“Isso é grave e sério. Aliado a isto não vejo as autoridades com propostas concretas para minimizar os problemas. Espero que a CPI dê jeito nisso. Caso contrário, vou se obrigado a me mudar de Jardim Camburi. Vou ser expulso pelo pó preto”, finalizou Lenk.

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