O estadista britânico Winston Churchill (1874-1965) definiu que: “A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensando nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas futuras gerações”. E nosso saudoso Antônio E. de Moraes (1928-2014) lapidou esta pérola: “Há uma nítida diferença entre estadista e político. O primeiro é alguém que pensa que pertence à Nação; o segundo, alguém que pensa que a Nação lhe pertence”.
Infelizmente, temos cometido erros crassos, ao escolhermos os representantes, quer para o Legislativo, quer para o Executivo, tanto no concernente à competência, quanto no pertinente à honestidade, raízes da crise ética, política e econômica em que atolaram o País.
Porém, antes tarde que nunca: poderemos corrigir os erros, pois, no decurso deste ano, teremos eleições para Deputados estaduais e federais, Governadores, Senadores e Presidente da República, quando devemos escolher melhor os representantes, e exigir que Partidos e candidatos cumpram seus deveres legais.
Infelizmente, de uma parte a grande parcela do eleitorado falta de consciência política e, por óbvio, consciência crítica, de outra, sobram-lhe carências de toda ordem, caldo de cultura para a compra/venda, ou troca de votos por telha, tijolo, ligadura, consulta, remédio, cesta básica e bolsa família, o que exige rigorosa fiscalização por parte dos das autoridades responsáveis.
Analisando a situação, conclui-se que, por incompetência, desonestidade, carência de liderança, intolerância e ódio recíprocos das correntes em disputa, condutas vacilantes e açodadas de agentes políticos e de agentes públicos, as Instituições, periclitando no descrédito, são fontes de inseguranças, inclusive de natureza jurídica.
Prevejo agravamento da crise, se não se fizerem as reformas – previdenciária, política, tributária etc.; poderão, também, acirrar-se os ânimos em razão de odiosos debates políticos, que se iniciou intempestivamente entre os postulantes à Presidência – Lula X Bolsonaro – sobre o que, estranhamente, omitiram-se as autoridades competentes.
Pesquisa sobre o quadro vigente revela polarização entre tais candidatos, que, em vez de união, pregam divisão – “nós X eles” – que, excluindo, propiciam candidatura intermédia que, se competente e honestidade, aglutinará força para, elegendo-se e fazendo maioria de congressistas, viabilizar as reformas pelas quais, há muito, espera a Nação.
Concluo, reinvocando Winston Churchill: “A Democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”.
Salvador Bonomo
Ex-Deputado estadual e Promotor de Justiça inativo