Pesquisa aponta falta de interação de deputados estaduais e edis de Vitória pela internet

Numa época em que a população está cada vez mais conectada à internet, é importante que os parlamentares eleitos pela população se preocupem em dispor informações completas e atualizadas sobre o seu trabalho com links que direcionem os eleitores para os devidos canais disponíveis em cada perfil. Porém, nem sempre isso é o que acontece. É o que mostra uma pesquisa realizada pela jornalista Mayara Salles, orientada pela professora doutora Fabiana Franco, da área de Comunicação e Política da Faculdade Estácio.

Todos os deputados estaduais capixabas buscam o telefone e os e-mails para promoverem interação com seus eleitores, mas apenas doze dos 30 usa a rede social Twitter, 10 têm site, 12 no Facebook, um no Instagram, cinco têm gabinete virtual e nenhum tem canal no Youtube. Os que usam mais canais de interação são os deputados Da Vitória e Luzia Toledo, com seis canais (telefone, e-mail, site, Twitter, Facebook e gabinete virtual), seguido por Dary Pagung, Doutor Hercules, Freitas, Gilsinho Lopes, Marcelo Santos e Rodrigo Coelho – que têm telefone, e-mail, site, Twitter e Facebook.

Almir Vieira, Amaro Neto, Eliana Dadalto, Enivaldo dos Anjos, o presidente da Ales, Erick Musso, Esmael Almeida, Hudson Leal, Nunes, Marcos Bruno, Marcos Mansur, Padre Honório e Rafael Favatto só têm telefone do gabinete publicados no site da ALES. E neste canal não informam se estão presentes em redes sociais ou outros canais que possam ser encontrados pela população.

Já com relação aos vereadores de Vitória, o eleitora da capital que entrar no site da Câmara Municipal, pouco terá de contato com seus parlamentares. E, para piorar: eles não respondem os eleitores, apenas enviam mensagens automáticas. No entanto, apenas o vereador Nathan não informa seu telefone, site, Twitter e canal no Youtube. Já Waguinho Ito só tem telefone e e-mail divulgados.

Para verificar como é a comunicação online dos deputados estaduais e dos vereadores de Vitória com a população, e como se dá essa interação pela internet, Mayara analisou as informações que esses políticos colocam no site da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e da Câmara Municipal de Vitória. A pesquisa dos deputados começou em outubro de 2016 e foi finalizada em maio de 2017. Já a pesquisa com os vereadores de Vitória começou em março deste ano e teve sua conclusão em maio.

Mayara explica que, no site da Ales, cada deputado tem seu perfil, onde pode inserir informações de contatos e ainda usar o gabinete virtual, uma ferramenta criada pela Mesa Diretora para divulgação de notícias, contatos e dados do parlamentar. “A pesquisa só considerou os perfis do site da instituição. Quando os links disponibilizados não funcionavam, não procurei informações no Google ou nas redes sociais. Isso porque o objetivo central era analisar a informação que é colocada ali apenas”, explica a pesquisadora Mayara.

Na pesquisa na home page da Ales foram testados os contatos disponíveis para o cidadão, tais como telefone, e-mail, redes sociais e gabinete virtual. Para analisar a efetividade dos e-mails, por exemplo, foram enviados pedidos de prestação de contas dos últimos dois meses e verificados se os e-mails encaminhados “voltavam” ou se a solicitação era respondida corretamente.

Dos e-mails informados no site, 26 eram oficiais, três não oficiais e um dos deputados informa dois e-mails, um oficial e outro não oficial. Dentre os e-mails enviados solicitando a prestação de contas, 19 dos 30 deputados não responderam, três responderam com o material solicitado e oito responderam, mas não enviaram o material.

Já a pesquisa com os vereadores mostrou que nenhum dos 15 parlamentares possui o perfil 100% completo e com as informações necessárias. Dos 14 que informaram o email, apenas sete responderam ao questionamento da pesquisadora, sendo apenas duas respostas com o material solicitado.

Para a professora coordenadora do estudo, Fabiana Franco, a pesquisa reforça que a fidelização dos eleitores deve ocorrer não somente na época de eleição, mas ser mantida durante toda a gestão. “O político deve reconhecer a importância da comunicação como algo perene. Ele deve manter atualizados seus canais para que o eleitor saiba onde encontrar a informação que precisa”, destaca. Fabiana ressalta ainda que uma pesquisa como essa dá aos alunos mais consciência da importância do trabalho da Comunicação, do direito à informação e do resgate da cidadania. O trabalho da pesquisadora foi aceito no Seminário Nacional de Pesquisa Estácio e será apresentado em outubro, no Rio de Janeiro. 

Confira abaixo os canais disponíveis no perfil de deputados e vereados, nos sites da Ales e da Câmara:

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