Crise na segurança pública foi um dos fatos mais marcantes no Espírito Santo em 2017. Tudo por conta de uma paralisação dos policiais militares entre 3 e 24 de fevereiro, a partir de um movimento dos familiares de cabos e soldados, que fecharam os acessos ao Quartel Geral, em Vitória, e batalhões em todo o Espírito Santo. O movimento completa um ano e não passará em branco pela corporação e suas famílias.
Nesta segunda-feira (22) militares organizam um protesto no Quartel do Comando Geral, em Maruípe, destacando a prisão do Soldado Nero Walker, que está preso há sete meses. Sua detenção foi resultado, não só de participar da paralisação, como postagens em redes sociais criticando o Governo do Estado.
A data foi escolhida porque em 22 de janeiro o soldado completa 24 anos. De acordo com Sandra Regina, mãe de Walker, a manifestação será pacífica e começará às nove horas da manhã. Ela disse que a prisão do Nero desestruturou uma família inteira. “É muito difícil passar pelo que estou passando. Não é fácil ficar longe do meu filho, eu nunca passei aniversário longe dele e este vai ser o primeiro. A dor é imensa”.
Nero Walker foi preso no dia 16 de junho de 2017, no bairro Amarelos, em Cachoeiro do Itapemirim, região Sul do Estado. Durante a ação da polícia o soldado iniciou uma transmissão ao vivo em uma rede social mostrando sua própria prisão. No vídeo ele argumentou o motivo da prisão e questionou os mandados de prisão e busca e apreensão. Sem abrir o portão de casa, Nero Walker exigiu no dia de sua prisão que os mandados fossem lidos por um policial antes de a prisão ser efetuada.
Ele é um dos policiais que responde a inquérito da PM, aberto após o movimento realizado por familiares dos policiais militares.