Lívia Meneghel – [email protected]
Quase um ano após o nascimento de Vitória, a Foquinha, o designer gráfico e publicitário Alex Fagundes, 35, pai da menina, diz estar ansioso com o aniversário da filha, nascida em 27 de agosto. A comemoração será neste sábado (24), na Igreja Evangélica Batista de Vitória e em sua casa, na companhia das pessoas mais próximas.
Pai e mãe ao mesmo tempo, Alex está feliz em comemorar o primeiro ano de vida de Vitória, e conta com o apoio da babá, família e dos amigos após a perda de sua mulher, a professora de Educação Física Priscila Charpinel, a Foquinha. Ela faleceu quatro dias depois de dar à luz, devido a um câncer no cérebro.
Vitória Foquinha nasceu com seis meses de gestação, medindo apenas 37 centímetros, e foi mantida internada na UTI neonatal de um hospital, na Serra, por 59 dias. Sua mãe faleceu no dia 30 do mesmo mês, depois de enfrentar, pela segunda vez, um câncer no cérebro. ?Foi um parto induzido, não natural. Mas nós acreditamos que ela ia sair dessa. Desde seu nascimento, recebe todo o suporte necessário?, conta Alex.O nascimento de Vitória gerou muita repercussão. Alex criou no Facebook a página foquinhababy, na qual narra as conquistas diárias do bebê. No início, foi criada para manter amigos que estavam fora, até em outros países, informados sobre a situação, mas a coisa tomou uma proporção muito maior. Mais de 147 mil pessoas curtiram a página.
O apelido ?Foquinha? é como a mãe, Priscila, era chamada. ?Vitória é muito parecida com a mãe, lembra muito. Por isso acabei apelidando ela dessa forma. Ganhei primeiro antes de perder, então não enxergo a situação de forma negativa. Costumo não deixar as coisas ruins se destacarem, prefiro não focar nisso. Foi e tem sido um ano de descobertas, nova experiência como pai?, afirma.
A doençaA descoberta da doença, em setembro de 2010, foi um baque para Priscila. Ela tinha enxaquecas regularmente, mas as dores foram ficando mais fortes, de julho para frente. Os exames identificaram, primeiro, um cisto.
Na cirurgia, viram que era um tumor, e que ele estava enraizado. Após a remoção, o tratamento com radioterapia durou até março de 2011.
Os médicos removeram o que era possível do tumor, para não comprometer a área motora. Ao final do tratamento, Priscila se curou. Quando ela adoeceu novamente, o tumor não tinha relação alguma com o primeiro. Em fevereiro, precisou colocar uma prótese em parte do crânio, e, logo após, ela engravidou.Apesar da gravidez não ter sido programada, eles sempre pensaram em ter filhos. Mas, com a doença, acreditavam ser algo improvável.
