Uma operação para apurar se empresas de fachada estão sendo usadas para fraudar licitações, foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) nesta quarta-feira (12). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três empresas, localizadas num mesmo endereço, em Vila Velha, e também nas casas dos sócios do negócio.
A “Operação Trama Real”, feita em conjunto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Central), Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e Polícia Militar, investiga a criação de empresas de fachada, por sócios laranjas, para a prática de fraudes em licitações no ramo de confecções de uniformes para órgãos públicos.
Segundo o MPES, foi identificada a participação das três empresas em licitações nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Aracruz, Marataízes, Sooretama e Marilândia. Duas delas já foram alvo de investigação, em 2012, do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) da Polícia Civil, que comprovou a utilização de “laranjas” para constituição de empresas de fachadas e fraudes de licitação no ramo de uniformes em diversos municípios do Espírito Santo, incluindo a Grande Vitória, durante a Operação “Mickey Mouse”.
As investigações realizadas pelo MPES revelam fortes indícios de reiteração de condutas criminosas com a criação de nova empresa de fachada para burlar restrições impostas às outras empresas, cujas fraudes foram constatadas pela Polícia Civil.
Os integrantes do MPES analisam agora os documentos apreendidos, os depoimentos de testemunhas e dos investigados, além de requisição de documentos perante órgãos municipais e estaduais, pois se apurou a participação dessa nova empresa em, ao menos, dez licitações públicas do Estado do Espírito Santo.