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Óleo chega ao litoral em menor quantia, e Marinha diz que avanço foi controlado

BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo federal informou nesta sexta-feira (29) que o avanço da mancha de óleo na costa brasileira foi controlado e que, a partir do final de dezembro, haverá uma desmobilização da frota nacional da Marinha Brasileira.
Apesar disso, o óleo continua chegando ao litoral, ainda que em menores quantidades. A última atualização do Ibama indica que 803 locais foram afetados até esta quinta (28). 
Em entrevista à imprensa, o coordenador operacional do grupo de monitoramento da crise ambiental, o almirante Marcelo Francisco Campos, disse que a situação foi estabilizada. Segundo ele, a maior parte das praias atingidas está limpa e a quantidade de combustível é cada vez menor no litoral brasileiro.
Por conta da retração, a operação militar entrará em uma segunda fase. A frota nacional retornará ao Rio de Janeiro a partir de 20 de dezembro, quando as funções de manutenção e controle serão conduzidas por equipes locais. O contingente nacional, no entanto, estará de prontidão caso seja necessário realizar um novo recolhimento de óleo.
“A situação no país está controlada. O nosso grupo está atuando para mitigar os efeitos danosos desse óleo em nossas praias”, disse Marcelo Campos. “Mas ainda existem focos que podem exigir atenção nessa fase”, acrescentou.
Até o momento, 11 estados do Nordeste e Sudeste foram atingidos. O Espírito Santo já é o segundo mais afetado pelo óleo, com cem locais, atrás apenas da Bahia, que soma 300 locais.
Ao todo, desde o início da crise ambiental, no final de julho, 4,7 mil toneladas de óleo foram recolhidas na extensão do Maranhão ao Rio de Janeiro. Apesar da diminuição da chegada de combustível nas praias brasileiras, ainda há o risco de uma parcela do material estar armazenada em bolsões marinhos, com chance de vazamento.
“Hoje, em termos de coleta, não temos nenhuma praia com resíduos desse petróleo. Sempre que eles tocam a praia, são recolhidos pela nossa equipe”, disse o almirante.
No sábado (23), fragmentos de óleo foram encontrados, pela primeira vez, no litoral do estado do Rio de Janeiro. Uma pequena porção -cerca de 300 gramas-, foi recolhida na praia de Grussaí, na cidade de São João da Barra.
O governo federal já identificou que o produto vazado é oriundo de três campos venezuelanos, mas a responsabilidade pelo desastre ambiental ainda não foi totalmente esclarecida. 
No início do mês, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços de empresas ligadas à proprietária do navio grego Bouboulina, principal suspeito de ser o marco zero do vazamento. 
“A Marinha Brasileira considera todas as hipóteses, e ele [o navio grego] é uma das hipóteses”, disse o almirante. “Vamos chegar [a uma solução], com certeza. É uma questão de tempo e a investigação tem um tempo próprio”, acrescentou.
Pelo menos 106 animais morreram, segundo registros oficiais. Do total, duas pardelas (aves migratórias) foram encontradas mortas em Itanhaém, no litoral de São Paulo, nos dias 10 e 21 de outubro. A morte dos animais só foi divulgada nesta quinta, mais de um mês após as ocorrências. 
Segundo a Marinha e o Ibama, até o momento, o estado de São Paulo ainda não foi atingido pelo óleo.
Em nota, o Ibama diz que as aves podem ter sido contaminadas em outro local e morrido em decorrência mais tarde, já em Itanhaém. O instituto, entretanto, não confirma que as aves morreram por causa da contaminação. 
Na quinta, a Marinha disse, também em nota, que análises de correntes marítimas indicam baixa possibilidade de resíduos do óleo atingirem praias ao sul da cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. 
A distância entre Cabo Frio (RJ) e Ubatuba (SP) -cidade litorânea próxima a divisa entre os dois estados- é de cerca de 425 km.
“Como referência [para a conclusão], o grupo de trabalho da Marinha observou as quantidades decrescentes de resíduos de óleo nas praias brasileiras, a baixa quantidade de material que atingiu a região Sudeste e o comportamento das correntes na superfície e subsuperfície marítima”, diz a nota. 

Autor: GUSTAVO URIBE E MATHEUS MOREIRA

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