Oficiais de Justiça preparam ato para reivindicar mais segurança

No próximo dia 11 de dezembro, completa um mês da morte do oficial de justiça capixaba, Francisco Pereira Ladislau Neto, de 25 anos. Ele foi assassinado com dois tiros no peito, na cidade de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, onde exercia a função, ao levar uma intimação a um morador. No que depender da classe, essa data ficará marcada como um dia de mobilizações em todo o país por melhores condições de trabalho e, principalmente, segurança.

“A ideia é que façamos atos em todos os estados e no Distrito Federal”, revelou o presidente da Federação Nacional das Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (Fenassojaf), Hebe Del Kader Bicalho. Ele não possui estatísticas concretas de número de profissionais mortos durante o exercício da função.

A movimentação incluiu ainda uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília. “Fizemos pedido na Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados de uma audiência pública para demonstrar essa situação dos oficiais”, contou Bicalho.

Com as mobilizações pelo país, os oficiais de justiça pretendem conseguir a atenção dos tribunais que representam para que sejam marcadas agendas em que possam ser tratados esses problemas encontrados pela categoria. Entre eles, as ameaças, agressões e danos ao patrimônio particular.

Os oficiais representam os tribunais da Justiça do Trabalho, Federal e Militar da União e, segundo o presidente da Fenassojaf, são poucas as instituições que oferecem aos profissionais itens de segurança, por exemplo, coleta a prova de balas. “Hoje estamos à mercê dessa violência urbana”, destaca ele.

Apoio

As reivindicações dos oficiais de justiça do país ganharam o apoio do jornalista, Francisco Pereira Ladislau Filho, o Chico Pardal, que teve o filho assassinado no último dia 11, no município de Barra do Piraí.

O jornalista ressalta que seu engajamento na luta dos oficiais de justiça por mais segurança vem antes mesmo de seu filho ter seguido essa profissão. Ele escreveu uma reportagem especial para um jornal capixaba, onde relatava as dificuldades dos profissionais. Porém, ele salienta que seu apoio aos oficiais vai ser intensificar agora, após o assassinato do filho.

“Onde eu puder estar presente [mobilizações], vou estar”, disse ele que se for possível estará em Brasília para a audiência pública para tentar sensibilizar as autoridades.