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#OcupaSecult: Manifestantes elaboram propostas para reunião de segunda (04)

Por Leone Oliveira

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Na manhã desta quarta-feira (29), os manifestantes do #OcupaSecult realizaram uma reunião aberta com os artistas capixabas na entrada do prédio da Secretaria de Cultura. A partir desse debate, o grupo concluiu que é preciso continuar com a ocupação no local. “Esse movimento está sendo muito importante para trazer mais gente para poder incomodar a secretaria, dar visibilidade ao movimento”, disse Guilherme Rebêlo.
Além disso, os artistas e produtores culturais chegaram a um consenso que é preciso levar para a reunião extraordinária do CEC, marcada para às 14h, desta segunda-feira (04), no Theatro Carlos Gomes, a discussão sobre os editais, por entenderem que não está havendo diálogo com a classe, conforme relatos da última reunião.Na oportunidade, o secretário da pasta, João Gualberto, não teria aceitado as modificações propostas e afirmado que publicaria os editais da forma que entendesse.
Atualmente, os editais são divididos em duas categorias: setorial (voltados a cada uma das câmaras, por exemplo, artes cênicas, artes visuais, música e patrimônio) e transversal (para linguagens mistas). Rebêlo explica que essa segunda modalidade tem recebido uma parte grande da verba, o que impede a continuidade e o crescimento dos outros projetos. Para agravar a situação, o recurso da secretaria foi reduzido de R$ 8 milhões (valor do ano passado) para cerca de R$ 2 milhões.
Dessa forma, os artistas elaboraram uma demanda a ser apresentada ao conselho, na próxima segunda. “A gente vai demandar que seja dado ao invés de R$ 8 milhões, sejam dados R$ 11 milhões. Que os R$ 8 milhões sejam para garantia dos setoriais e os outros R$ 3 milhões para os transversais”, contou Rebêlo.
Fórum Permanente da Cultura
Desde o início da ocupação, o grupo tem ressaltado que não sesta se manifestando apenas pelos editais, mas pela elaboração de políticas públicas para a cultura em todo o Estado. Durante a reunião aberta com os artistas capixabas, os manifestantes decidiram que vão levar a reunião do CEC outra proposta: a implementação do Fórum Permanente da Cultura.
“É um espaço em que a sociedade civil, não necessariamente a sociedade civil organizada, mas a sociedade como um todo, pode sentar e elaborar políticas públicas, porque o Conselho não é um local de elaboração de políticas nesse momento”, explica Rebêlo.
De acordo com ele, o Fórum é uma das obrigações previstas no Plano Estadual de Cultura e começou a ser pensado em 2008. Esse colegiado prevê uma maior aproximação entre secretaria e artistas, proporcionando um diálogo mais aberto. A classe artística já tem se reunido e levado proposições ao conselho, que tem reuniões mensais, com duração de três horas, porém boa parte é tomada para discussões sobre o patrimônio, já que o Espírito Santo não possui um instituto estadual que cuide dessas questões – há apenas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). “A gente precisa que as produções continuem sendo realizadas, e que a gente não tenha só política de evento. Entender que política cultural não é só edital”, concluiu o manifestante.
Diálogo aberto
Todo o movimento de ocupação teve início pelos fatos ocorridos na última reunião do Conselho Estadual de Cultura, que foram relatados por integrantes do colegiado. O artista Murilo Iglesias destaca que as propostas elaboradas pelo grupo e que serão apresentadas no próximo encontro do CEC já são conhecidas pelo secretário de Cultura, João Gualberto, sendo elas protocoladas por duas vezes na secretaria, a última há 20 dias.
“O secretário tem dito em suas entrevistas que ele não sabe o que esse movimento quer, que ele não recebeu nenhum documento ainda que diga o que esse movimento quer. Eu digo que ele já sabe há 20 dias. Já há dois documentos protocolados, mas, se ele tanto deseja, nós vamos entregar um terceiro documento a ele na segunda-feira, que é a mesma coisa que ele já sabe”, disse Iglesias.
De acordo com ele, a principal reivindicação é ter um diálogo mais aberto e cita o exemplo da última reunião onde o secretário, afirma Iglesias, foi autoritário e passou por cima do conselho, aprovando os editais, apesar de os demais integrantes do grupo terem sido unânimes na reprovação deles. “A gente vai ficar aqui até ele, realmente, dialogar com a gente, mas dialogar de verdade. Não perguntar nossas propostas, ouvi-las e depois ignorá-las, dizendo que não as conhece”, frisou.
Produção de arte
O grupo ocupa o pátio da sede da Secretaria de Estado da Cultura, desde a última segunda-feira (27), e durante esse tempo tem discutido a cena cultural capixaba e também produzido arte. Fixados nas grades e paredes do prédio da Secult estão faixas e cartazes, nos quais as reivindicações são lembradas de forma criativa. Instrumentos musicais também são utilizados nas produções. “Esse movimento não tem intenção nenhuma de paralisar a secretaria. Até porque, a gente quer que eles trabalhem pela cultura do Estado. É um movimento extremamente pacífico e, principalmente, um movimento cultural. A gente tem se instalado aqui e passa 24 horas por dia produzindo cultura. A gente tem tocado, cantado, pintado e exibido curtas-metragens, quando escurece”, ressaltou Iglesias.
Os manifestantes têm se revezado na ocupação e o grupo estima que, pelo menos, 50 pessoas têm passado pelo local diariamente. Pessoas do interior do Estado também têm participado da manifestação. O grupo também tem recebido da sociedade doações de água, comida, outros mantimentos, além de cadeiras e materiais para as produções artísticas, como pincéis atômicos, papel e megafone.
Secult: manifestação é ato legítimo
Por nota, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) declarou que recebeu artistas, na manhã desta segunda-feira (27), para um diálogo sobre ajustes da proposta de editais. Ficou agendado um novo encontro no dia 04 de maio, às 14 horas, no Theatro Carlos Gomes, durante Reunião Extraordinária do Conselho Estadual de Cultura.
A Secult acrescentou que não recebeu, oficialmente, nenhuma reivindicação feita pelos artistas. O acordo é que a proposta será entregue na reunião extraordinária. Já sobre a ocupação no pátio da secretaria, o órgão entende que é um ato político e legítimo.

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