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Obra em viaduto custará R$ 20 milhões; IPT vê mais falhas

O conserto do viaduto da Marginal do Pinheiros que cedeu em novembro vai consumir R$ 19,9 milhões. O valor é quase um quarto da verba prevista pela Prefeitura de São Paulo para a manutenção de todas as pontes e viadutos da cidade este ano. Laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), feito a pedido do Ministério Público, ainda aponta 33 tipos de problemas na estrutura que demandam reparo, além do trecho danificado três meses atrás.

Esse valor é do contrato da Prefeitura com a empresa JZ Engenharia, contratada por emergência para fazer a obra. O contrato deve ser publicado nesta sexta-feira, 8, no Diário Oficial da Cidade. No dia 31, em depoimento à Promotoria a que a reportagem teve acesso, o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Vitor Aly, havia admitido não haver, na ocasião, contrato vigente entre o Município e a JZ nem valor estimado. O decreto corrige isso. Por nota, a secretaria informou que, como é ação de emergência, “enquanto a empresa não apresentar todas as medições das obras realizadas não dá para definir o custo total”.

Até agora, a JZ fez o “macaqueamento” (o processo de erguer a estrutura com macacos hidráulicos) do viaduto que cedeu. A empresa está fazendo também as demais obras de reconstrução de vigas e suportes. Há, no entanto, uma série de outras ações a serem feitas no local, segundo o laudo do IPT.

O viaduto tem concreto enfraquecido pelo contato com a água, infiltrações e fissuras, sujeira e até asfalto em pontos onde deveriam estar os vãos dos amortecedores do viaduto. Nos pilares, existem pontos em que há deslocamento para frente das peças em relação à base do pilar, como se fosse um degrau.

A Prefeitura informou, ainda por nota, que “outras intervenções serão feitas por meio de licitação”, uma vez que a JZ “é a responsável pela obra emergencial” no local. A liberação do trecho é prevista só para maio.

Para o promotor que pediu o laudo ao IPT, Marcelo Milani, a falta de manutenção no local pode resultar em ações de improbidade para os gestores responsáveis pelos viadutos. Ele apura o processo de transferência da posse do viaduto do governo do Estado para a Prefeitura, que já dura 22 anos.

Outras obras

O orçamento da cidade para 2019 previa R$ 31,7 milhões para reparos em pontes e viadutos. No começo do mês, a Prefeitura transferiu mais R$ 55,9 milhões, do Fundo Municipal de Desenvolvimento do Trânsito – o dinheiro da arrecadação de multas – para essa finalidade. Assim, há R$ 87,6 milhões reservados para a manutenção dessas estruturas.

Após o problema no viaduto da Marginal do Pinheiros, a gestão Bruno Covas (PSDB) determinou vistorias especializadas, por empresas de engenharia, em 16 pontes e viadutos. Eles foram selecionados com base em inspeções visuais feitas em 33 endereços, todas em janeiro.

A reportagem visitou oito deles nesta quinta-feira, 7, nas zonas sul, leste e oeste da cidade. Os problemas visíveis vão desde rachaduras, infiltração, erosão, ferragens expostas até lixo, mato, grades enferrujadas, calçadas esburacadas e pinturas descascadas. A situação mais grave é no Viaduto Gazeta do Ipiranga, que liga a Rua das Juntas Provisórias à Avenida do Estado, na zona sul. A estrutura apresenta fenda de 15 centímetros entre os pilares que sustentam o viaduto, e a margem de concreto junto ao rio está cedendo. Para os técnicos da Prefeitura, em nota de 1 a 6, sendo a mais baixa a pior, o local tem classificação 1,1.

Outra estrutura que merece atenção é o Viaduto General Olímpio da Silveira, na zona oeste. Quem passa por lá se depara com ferragens expostas sob o viaduto. Erosão, rachaduras, infiltração e pintura descascada também podem ser vistas. O viaduto Grande São Paulo, na zona sul, e o Miguel Mofarrej e as Pontes Cidade Universitária, Eusébio Matoso e Cidade Jardim, na zona oeste, também precisam de reparos. Infiltração, erosão e sujeira são características comuns em todas as estruturas.

Desde o dia 23, a Prefeitura ainda interditou a alça de acesso da Marginal do Tietê à Via Dutra, na zona norte. Não há previsão para liberar o trecho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ana Paula Niederauer e Bruno Ribeiro
Estadao Conteudo
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