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O perfeito idiota

Vez por outra me vem a memória o ex-prefeito e já desaparecido Pedro Juvenal Machado Ramos, de Guarapari, com quem comecei a me dar na década de 50, na velha UDN. Ele fazia parte do Diretório de sua cidade, e eu no de Vitória, presidido pelo então deputado estadual Eurico Rezende.

Prefeito de Guarapari, Pedro, certa feita me falou que, no Brasil, ser produtor rural era a arte de empobrecer sorrindo… e, poucos anos depois me certifiquei que ele falava a pura verdade.

Você tem a propriedade, mas não tem o domínio sobre ela. Tudo que é sorte de órgãos governamentais, os mais estúpidos, estão prontos para arrancar até seus olhos. Se plantamos eucaliptos, como reflorestamento, não podemos vender a madeira se não passarmos por uma série de exigências do IDAF. Não é só o eucalipto. Qualquer plantio que você faça, quando vai colher, para vender, tem que ser extorquido, pelo maldito “cartório”.

Em todos países do mundo, quem produz não paga impostos, obrigações de qualquer natureza, na chamada primeira operação, agrícola.

A base do desenvolvimento de uma nação, chama-se mercado de bens, serviço e turismo. A indústria produz, mas se não estiver o tino comercial do comerciante para vender, a economia não anda.

Em todo mundo, quem produz, trabalha a terra, tem privilégios, não paga impostos na primeira comercialização, recebe incentivos para trabalhar a terra, se fixar ali.

Na década de 80 assisti a primeira invasão de uma propriedade agrícola no Norte do Estado, na rodovia que liga São Mateus e Nova Venécia. O comando dos invasores era dos padres combonianos, que chefiavam as invasões no Norte. Expulsaram meu tio e a família de casa. Destruíram tudo que encontraram pela frente, inclusive um quarto da propriedade, onde existia intacta a mais impressionante reserva florestal, mantida pelo meu tio Álvaro como uma preciosidade… Depois de saquearem a propriedade e vê-la desapropriada pelo governo de José Sarney, abandonaram tudo, simplesmente porque não tinha nada mais para pilhar. Os “beneficiados” com a desapropriação venderam tudo e foram embora. Só queriam pilhar o que encontraram pela frente, a madeira, mais exatamente.

Bolsonaro vem aí! É a nova cantiga que entoam os proprietários rurais que vivem sob ameaça de invasão. Como tem vigarista nesta nação, bandidos e mais bandos de safados. Velhacos da pior espécie, querendo se locupletar às custas do produtor rural.

Hoje, contesto Pedro Juvenal Machado Ramos. Ser produtor rural no Brasil, não é a arte de empobrecer sorrindo, como dizia, mas é a arte de ser um perfeito idiota.

Uchôa de Mendonça
Uchôa de Mendonça
A partir de hoje, aqueles que desejarem perder seu tempo e conhecer melhor as idéias de Uchôa de Mendonça, irá encontrá-lo por aqui, direto e franco, sempre pela direita e pela frente. Uchôa de Mendonça começou a trabalhar em jornal aos 5 anos de idade, em São Mateus, vendendo o Jornal O Norte, de propriedade do seu pai e, aos sete anos, já trabalhava como impressor e, com dez anos, já escrevia tópicos para a página policial.

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