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O império do silêncio institucional

A população capixaba assistiu, estarrecida, a uma notícia que indignou muitos homens e mulheres, mães e pais, que penam nas filas de hospitais e se deparam com o sucateamento da saúde no estado do Espírito Santo: a despeito de tirar uma licença para realizar um tratamento de imunoterapia, o governador se licenciou do cargo e embarcou, junto com sua esposa, com destino à Europa – mais precisamente, a Paris, onde foi flagrado na  Champs-Élysées, fazendo compras.

Enquanto isso, sem saber que explicação dar para o inexplicável, a equipe de comunicação do Governo do Estado limitou-se a dizer que “o governador não costuma divulgar para onde vai quando está licenciado. Não sei realmente onde ele está”. E ponto. Silêncio institucional.

Coincidência ou não, restava pendente o compromisso de efetuar a prestação de contas anual do governo à Assembleia Legislativa, missão dada de última hora a César Colnago, que foi alvo de duras e bem fundadas críticas dos deputados Euclério Sampaio e Sérgio Majeski, que pontuaram diversos problemas na gestão de algumas secretarias de estado, entre elas, a de saúde e a de agricultura.

Falando em saúde, diga-se de passagem, o governador escolheu o Hospital Meridional para fazer o seu tratamento contra um câncer na bexiga. Do lado menos favorecido da sociedade capixaba, no entanto, uma criança que fora tratada ao lado de uma lixeira no Hospital Infantil faleceu em meio às precárias condições do local, onde faltam leitos e sobram problemas, inclusive já denunciados pelo Ministério Público e ainda não solucionados.

A situação vexatória dessa viagem de PH a Paris, enquanto cidadãos capixabas morriam por falta de leitos fez com que a nossa sociedade pudesse comprovar um fato que há muito não se pode esconder: vivemos no império do silêncio institucional e da conivência dos poderes.

Nesta terra de milhões de reais disponíveis para publicidade de programas de governo que estão muito longe de serem eficientes como nas propagandas pagas com o nosso dinheiro, “falta” dinheiro e sobra arrocho em áreas essenciais, cada vez mais sucateadas em nome do “ajuste fiscal” promovido por Hartung e sua equipe econômica.

E a pergunta que milhares de capixabas fazem neste momento tão crítico na gestão estadual é: por que PH não buscou o serviço público de saúde para se tratar e vivenciar, na própria pele, o drama dos capixabas que clamam por uma saúde digna e de qualidade, garantida pela Constituição?

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