A partir de 1988, quando se promulgou a nova Constituição Brasileira, autoridades diversas, algumas de grandes conhecimentos constitucionais veem afirmando que, a Constituição, em vigor, tornou a nação” ingovernável. Não é possível se administrar um país, um estado, um município, partindo-se de um manicômio, um verdadeiro hospício.
Na verdade, quem governa o país?
Dia 29 de março último, foi inaugurado um apêndice do Aeroporto de Vitória, que merecidamente (?) recebe o nome de Eurico de Aguiar Salles, uma figura ilustre da política e da mais elevada tradição jurídica nacional, exercendo as funções de Ministro da Justiça com probidade e zelo, um negócio difícil e complicado nos tempos presentes do país. Irresponsavelmente as obras se arrastaram por 16 anos e, como diz a nossa imprensa, custou o dobro do inicialmente previsto (o total de gastos foi da ordem de R$ 694,7 milhões – 50% mais caro), duas paralizações – 2008 a 2015. Em cerimônia que contou com a presença do presidente Michel Temer e ministros diversos, tendo deixado de comparecer o governador Paulo Hartung, sem maiores explicações, embora parecesse relacionada à prisão de amigos do presidente Temer, na véspera da inauguração. Novas melhorias programadas para o recém inaugurado Aeroporto custarão R$ 887 milhões.
A questão brasileira, a nossa tragédia política, não está apenas relacionada à fragilidade moral dos nossos homens públicos, mas a fragilidade das leis e as interpretações dadas a elas pelos chamados homens da Justiça. Que você pode esperar de um país onde uma obra fica mais cara do que o orçamento, duas vezes, e ninguém sofre qualquer tipo de penalidade?
A delapidação do patrimônio da Petrobras, a corrosão da mais importante empresa pública nacional, pela quadrilha de dirigentes designados pelo governo petista nos indica onde estão os demolidores da democracia, os verdadeiros ladrões do patrimônio público.
O Estado não pode, não tem direito de ser dono de um modestíssimo caldo de cana, uma fábrica de picolés, nada que possa ter obrigações de lucro.
Conhecemos o que ocorreu com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e várias empresas públicas que jamais deveriam ter existido. O Brasil não precisa e não deve ser dono desses tipos de empresas.
Se não surgir alguém demasiadamente corajoso, decidido, para tomar conta do país, mudar tudo isso que aí está, estamos fadados a um processo de africanização lastimável.